Olá chique! Daqui, Bázita, para vos contar todos os pormenores da festa da Lu, chiquesa a chiquesa! Aproveito para mencionar que, à minha frente, Fifi e Fafá iniciam-se nos jogos de PlayStation.
Começo por dizer que este é o segundo post que escrevo porque o primeiro foi acidentalmente apagado. Logo, estou irritadíssima! Mas vou tentar superar os meus un-chiques nervos e postar decente e chiquemente.
Tudo começou lá para as três e meia da tarde, quando eu e a Fifi abandonámos a minha casa e consequentemente as chávenas de chá e a Fafa, que ficou a bronzear-se e a proteger-me a casa da chinesa.
Dirigimo-nos para o shopping chique, onde compraríamos vestidos, jóias, sapatos, malas, enfim, tudo o que uma mulher chique necessita para ir a uma festa.
-Enfim Fi, estou desconfiada. - Disse, com ar monotonamente desconfiado.
-Porquê? Por causa da Lu?
-Claro. Quem mais vez a cabo de merecer que eu desconfie?
-Enfim, não sejas assim! Ela pode estar arrependida, Bá!
-Olha, vais ver como eu tenho razão. Penso mesmo que ela se vai vingar.
-Olha relaxa e vem comigo, acho que encontrei os vestidos perfeitos.
A Fifi não acreditava em mim... qual ingénua é! Mas, eu poderia também não estar certa. Estava ansiosa por ver.
Mal acabámos de fazer compras, saímos do shopping e entrámos no meu carro. Seguimos para casa da Lu.
Quando nos aproximamos, pusemos os nossos óculos de sol (uma chique, quando vai ter com um inimigo, coloca sempre os seus óculos de sol! aprendam comigo que eu não duro para a eternidade chique!). Saímos e caminhámos em direcção à casa (deixei o carro longe, ou ainda seria assaltada! com tantos carros ali, e saberem que são de gente rica, deixá-lo ali também? só se fosse burra!). Mal a avistámos, ao longe, a sua enorme casa, ficámos boquiabertas. Estava linda... entre a relva via-se imensas luzinhas que conjugadas com a enorme fonte em forma de Lua dava a sensação de que andávamos sobre o céu nocturno! As mesas redondas na sala rodeada de vidros abertos, como se fosse a continuação do jardim mas coberto, estavam muito bem postas. A conjugação do branco, do dourado e do bordeaux ficou imensamente bem! As velas e as rosas davam um ar romântico à noite, e os lindíssimos vestidos e fatos dos convidados eram a cereja em cima do bolo.
Bem, depois do choque chique, tocámos à campainha e fomos recebidos pelo mordomo, o Sr. Horácio Lopes. Entrámos e ocupámos logo a mesa em frente ao mini palco, onde um grupo de senhores de idade tocavam lindíssimas músicas.
-Fifi, guardas o meu casaco? Queria ir ao WC! - pedi.
-Claro Bá! Até já!
E a correr (estava aflitinha) fui até ao WC, mas mantendo a chiquesa. Mas o chão estava escorregadio e os meus sapatos não eram muito aderentes e... caí un-chiquemente para cima de um dos empregados que trazia, com alguma dificuldade, uma bandeja cheia de cálices que formavam uma pirâmide.
-AAAAI! Desculpe! - disse eu, baixando-me para tentar ajudar.
-Não se preocupe... tenho é medo que não haja mais remédio para por nos copos para aquelas determindas pessoas qu... ai, já falei demais.
-Diga?? Remédio? Copos? Pessoas? Conte-me tudo, jóia, já. - Isto cheirava-me a esturro un-chique.
-Tenho de me apressar. A patroa pediu-me que trouxesse as bebidas com urgência. Com licença.
-Você não vai a lado nenhum. - Disse, cortando-lhe o caminho com a minha perna chique.
-Mas mas... - Gaguejou a olhar para elas. Talvez ainda não esteja tão velha assim... - Tenho mesmo de me despachar.
-Claro. Então tente falar rápido.
-Em que posso ajudá-la, então?
-Conte-me tudo acerca desse tal remédio, desses tais copos, dessas tais pessoas.
-Não tenho tempo para isso. Mas se me der o seu contacto eu poss...
-Tome. - Coloquei o meu cartão no bolso da sua camisa. - Telefone-me dentro de minutos. Vou aguardar ansiosamente a sua chamada. -Tentei ser sexy. A Fafá sempre me disse que quando se quer algo de um homem, em primeiro lugar o devemos seduzir. Nunca fui totalmente de acordo, mas uma pitada não faz mal a ninguém... até me rejuvenesce.
Dirigi-me para o WC, aviei-me e voltei.
-Ai Fifi, nem sabes!! - Quase gritei.
-Conta!! - E ela também.
-Fala baixo! Foi assim... - e contei-lhe.
Depois do meu relato ela ficou perplexa.
-Tinha ou não razão? - perguntei, como uma criança quando diz "toma toma toma!".
-Isto não prova nada! Podemos estar a fazer juízos precipitados acerca disto, Bá.
-Não me parece. É demasiado óbvio. Vais continuar na tua ou ajudares-me, amiga?
-Está bem. Conta comigo.
E porque nunca perdemos esse vício, batemos as palmas das mãos em sinal de cooperação chique.
-Sabes? - Disse, passado alguns minutos de silêncio. - Tenho um plano.
O meu plano era combinar com o empregado e fingir-mos que tomámos o tal remédio. Fingiríamos também ter os efeitos (ainda por nós desconhecidos) que ele provocava. Já estava a imaginar a cara de sonsa da Lu, a pensar que era inteligente. Ri-me.
-Concordo! Ai, amei o plano Bá! - A Fifi estava entusiasmada com a ideia. Amei isso.
A festa começou, a Lu entrou e abriu a festa, dizendo que guardava as suas palavras para depois. Via-se que se estava a achar chique, mas de chique não tem nada. Estava horrivel! A sua falta de imaginação e inteligência é tal, que copiou o vestido da madrasta das crianças no musical "Música no Coração" (que está no Rivoli e aconselho!!). Enfim, não estava nada chique, visto que espalhou imensos laços pretos pelo vestido e aquele cor-de-rosa choque não combinava nada com a festa. Só mesmo com a parolice dela, desculpem-me o termo.
-E sem mais demoras apresento as minhas convidadas que cantarão esta noite. E elas são... Lola e Sílvia!!
E abandonou o palco, tropeçando no seu exageradamente comprido e desajeitado vestido. Nesse exacto momento a Fifi disse-me algo como "ai, socorro, o veterinário!" e fugiu para a casa-de-banho. Mas, era estranho, a Sílvia não apareceu... apenas Lola entrou no palco, aluada. Que se passava? Esperei mais uns minutos, até que uma rapariga entrou. Ai, estava a ocupar o lugar da Sílvia e... ai, não era normal. De repente, atrás de mim, a Fafá apareceu, mascarada.
-Bá! - sussurrou.
-AI CREDO!! Quem é? - gritei, de susto.
-Sou eu, a Fá! Eu já te explico. Vamos à casa de banho.
E fomos. Quando nos aproximámos vimos a Fifi a chorar, e nervosa. A Fafá correu para ela, eu aproximei-me atrás e rapidamente soube o que se passou. Esperaria que ela se acalmasse e deixá-la-ia com a Fá... porque algo me intrigava. Onde estaria a miúda asiática?
-Fi, rápido. Precisamos de encontrar a Sílvia, ela desapareceu! - disse, também tentando que a Fi desanuviasse, não pensasse em coisas que não a levam a lado nenhum.
Foi aqui que ouvimos alguém a berrar do outro lado da porta e a bater nela. Era a Sílvia. A Fafá apressou-se a abrir a porta e, mal a vi, reparei no mau estado em que estava.
- Quero cantar! - gritou, feliz.
- Não com esse vestido - disse eu. - Fá, tu vai avisar o público do ocorrido.
- Certo!
- E, Fi, tu vais emprestar o teu vestido à Sílvia. - Eu sabia que ela ia berrar, mas tinha de ser. Até lhe emprestava o meu, mas tinha um plano a pôr em acção. E sabia como arranjar de imediato outro vestido para a Fifi.
- Quê? - disse a Fifi, perturbada. - E vou com o quê?
- Esperas nos camarins.
- É que nem penses!
- Olha, desculpa lá, mas sem vestido ela não vai actuar, não achas?
- E por que é que não lhe emprestas tu o teu vestido? Que lata un-chique a tua!
- Acaso preferes que conte ao teu marido o que se passou agora? - Brinquei, claro! Nunca o faria. Deu-me gozo dizê-lo, enfim, tentei humorizar o facto de o veterinário não a largar.
- Olha, uma chique não diz palavrões nunca, como sabes, mas agora diria um. - Ela não achou piada nenhuma. Despiu-se, entregou o vestido à Fafá e foi embora, com um "Boa Noite". Peguei no vestido, olhei-o, dei-o à Si e fui ter com a Fifi. Tinha medo de a ter magoado sem querer.
-Fifi! Espera! - gritei, ao vê-la sair do portão da casa.
-Deixa-me em paz. Estou despida, tens o vestido. Agora larga-me.
-Mas Fi, eu tenho uma surpresa para ti...!
Ela parou. Girou os calcanhares e voltou-se para mim.
-Acompanhas-me? - perguntei, sorrindo.
-Estou despida. Achas que tenho outro remédio? - retorquiu o sorriso.
E dirigimo-nos para o meu carro, em silêncio, de onde eu retirei um lindo vestido que lhe comprei, ou melhor, o embrulho.
-Quando vi isto lembrei-me de ti e não resisti a comprar-to. Espero que gostes.
Ela fez a sua engraçada expressão involuntária de surpresa, e pegou no embrulho. Poisou-o sobre o meu carro e desfez o laço. Quando abriu os seus olhos brilharam, pegou no vestido, encostou-o a si e dançou.
-É lindo!!! Deve ser o vestido mais bonito que já vi na minha vida!
-Não exageres, Fi. Mas amei teres amado. - disse, sorrindo. - Veste-o!
Ela apressou-se a vesti-lo e a olhá-lo. Estava radiante!
-Ai Bá. Abraça-me!
E abraçámo-nos. Durante o abraço apercebi-me de quanto ela e a Fá são importantes para mim!
-Enfim, podes ser uma insegura e mariquinhas de primeira, mas eu amo-te! - disse, rindo-me!
-Ai que estúpida! - largou-me. - Mariquinhas? Vamos ver quem é a mariquinhas! - retirou o batôn da sua mala, abriu-o e correu atrás de mim, para me pintar. Apressei-me a tirar os sapatos e a correr, pela estrada fora.
-Não me apanhas! - gritei, rindo a bom rir.
-Ai não? Já vais ver! - e acelerou.
Corremos durante uns minutos, até que ela me apanhou. Não é que ela corre bem?
-Ahahaha! Apanhei-te!!
-Aiii, estava a brincar!!
-Sei. - e abraçou-me. - Eu também te amo, sua lenta chique.
-Lenta? - e rimo-nos as duas. - Sabes, tu e a Fá são mesmo importantes para mim. Os anos vão passando e os nossos laços vão-se tornando cada vez mais fortes. Podemos não ter sangue comum, mas vocês são as melhores irmãs de todo o chique mundo.
-Não me faças chorar, levas já! - rimo-nos. - É... sabes, acho que a nossa amizade já resistiu a muito. A conflitos, zangas, mudanças, distância, cíumes, amores, desamores, maluquices, un-chiquesas...! Tantas coisas que lhes perdi a conta. Nunca nos separaremos!
-Nunca.
Ficámos em silêncio, até que, como se tivesse sido combinado, nos levantámos e voltamos para a festa.
Acho que tínhamos perdido muito. Segundo ouvi da Fafá, a Sílvia e a Lola já tinham cantado, já tinham saído, e pelo meio ainda tinham havido quedas, brigas e etc. Logo, na quarentona festa pijama (sim, nunca perdemos este hábito) saberia de tudo, agora era hora de me dedicar ao meu plano. Recebi um telefonema passado minutos.
-Estou sim? - perguntei, curiosa, visto que desconhecia o número.
-Estou sim. E mesmo ao seu lado. Venha ter comigo ao portão para falarmos d...do tal assunto.
-Ah... - pus uma voz sexy. - É você. Estou a ver que não se esqueceu de mim, hein?
-Como poderia ser? - tentou ser sexy, mas coitado...
-Nem cinco minutos demorarei. - desliguei, contei à Fi e à Fá e fui.
Depois de uma demorada conversa com o empregado, descobri que a Lu queria drogar-nos com um líquido qualquer que nos deixava alegres, sensíveis e amigas de todos. Estão a ver o género, não estão? Bem, se era isso que ela queria... era isso que ela não iria ter. Ou melhor... até ia.
Depois de falar com a Fafá, que iria entrar também no plano mas estava escondida no WC, para a Lu não saber que ela ali estava, combinei tudo com a Fi e com o empregado. Fomos então para as mesas, esperar pelo desejado discurso da Lu.
Passado alguns minutos, o mau gosto voltou a invadir o palco... a Lu subiu.
-Mais uma vez boa noite! - e foi aplaudida. Olhem asserio, há gente que aplaude por tudo e por nada! O objectivo dos aplausos não é concordar ou gostar de algo que foi dito ou feito? O que disse a mulher de mais? Enfim, gente un-chique é outra coisa. -Acho que é agora que vou fazer o meu discurso. Mas, antes disso, que entrem as bebidas!
E lá vieram os empregados com os cálices que foram, há bocado, adiados. Pisquei o olho ao empregado e ele e a Lu trocaram piscadelas de olhos também, dos quais maléficamente me ri com a Fifi.
Pegámos nos copos, brindámos, brindámos à Lu (com um falso sorriso) e bebemos.
-Bem, à vossa! - e bebeu também, a sem gosto.
Passado uns escassos minutos, eu e a Fi começámos o teatro. Começamos a sorrir para ela, a rir, a sermos... demasiado simpáticas. Mas o melhor estava para vir.
-Bom, agora que já brindámos e nos saudámos, passaremos então ao que tenho a dizer. Em primeiro lugar, quero agradecer a quem organizou toda esta festa. Como tanto eu como vós podemos ver, isto está magnífico. Obrigado. Em segundo lugar quero agradecer-vos a vós por terem vindo. Sem a vossa presença a festa não teria sentido não é? -riu-se, sozinha. -Mas tenho um agradecimento especial a fazer. Há duas pessoas neste salão que gosto muito e que, apesar das recentes intrigas, compareceram aqui hoje. Elas são Bárbara e Filipa! - houve aplausos e tudo!
Interrompendo os aplausos, levantei-me e dirigi-me para o palco, sorridente. Roubei-lhe o microfone e falei:
-Desculpem interromper este magnífico discurso da minha grande amiga Luísa mas, tenho uma homenagem a fazer. Sabem, esta mulher é muito mais do que imaginam. A Lu é para mim uma enorme amiga, conselheira, simpática, inteligente, honesta, é fantástica. Apoia-me sempre, ajuda-me sempre, ouve-me sempre. Acho que a minha amiga Fifi é da mesma opinião...
Entretanto a Fifi tinha saltado para o palco também.
-Claro que sou! - partilhavámos o microfone. - A Lu é não só nossa amiga como de todos os que a rodeiam. Tenta sempre pôr as pessoas a sorrir e esforça-se por ser útil. Não há palavras para a descrever.
-Pois é... e por isso pedimos-lhe desculpa por algum dia ter duvidado da nossa amizade! A Fafá nunca teve razão... - Aaah, eu podia ter sido uma grande actriz! Digo-vos.
De repente, como o combinado, a Fafá entra deslumbrante na sala e de pé, junto às mesas, com um microfone (não estava no plano, mas amei ela o ter arranjado!) disse:
-Surpreendida? - Amo os sorrisos irónicos da Fá!
-Fátima?!? - a Lu ficou em choque!
-Fafá, em pessoa. E não sou a única. Sabes, eu também tenho uma homenagem a fazer-te, mas não a expressarei por palavras. Convosco...
-Huh?
-...a Polícia!
E entraram dois polícias.
-Está presa por consumo e tráfico de drogas. E por tentativa de consumo de drogas involuntário por outrém.
-AAAAAAH!!! - gritou a Lu, escandalizada.
-Espero que gostes. Espero que na prisão aprendas a ser tudo o que disse que eras, falsamente. Boa sorte! - disse, vitoriosamente.
-E espero que aprendas a vestir-te melhor lá, hihihi. - acrescentou a Fi.
-E já agora, para quando lá estiveres, toma este CD. É uma gravação das ordens criminosas que deste aos teus empregados! Parece que não somos só nós a fazer-te surpresas, hein? - Amei a Fafá ter arranjado aquilo!!
Digo-vos, se não estivesse lá estado pagaria para estar... ver a Lu a ser presa é um espectáculo digno de se ver!
-Vocês vão pagar, suas cabras nojentas!!! - berrava ela, ao ser algemada.
-Não desças mais o teu nível. Olha as pessoas! - respondi, rindo-me.
E assim acabou a festa. Subi ao palco, com a Fi e a Fá e explicámos o que se passou. As pessoas imediatamente nos compreenderam e aplaudiram.
No fim, despedimo-nos das pessoas, como que donas da casa fôssemos, e fomos para minha casa, onde haveria noite de cusquice, risos, conversas, histórias, PlayStation (sim, iniciámo-nos nesta coisa), Ice Tea (outro vício que não perdemos) e montes de chocolates.
Foi gratificante!
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Uma festa relativamente .Chique
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3 comentários:
AI ADOREI
eu, que estava em pulgas por saber novidades dessa festona!
meu deus, eu bem me parece que vi algo nos jornais do dia 19! a sério. adorei, bázita, este post. aguardo novidades, como sempre!!!
BEIJOS
ai amei!!!!! amei essa festa, quem me dera ter lá estado chiqueee :((((((((((((((((((((((((
Ai muito bem!!! Gostei da forma como fizeram justiça e ensinaram como é que é a essa mulher!
Continuem assim, boa sorte!!!
E beijinhos!!
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