quarta-feira, 4 de abril de 2007

Sem Título .Chique

Olá a todos os leitores deste blog! Quero desde já dizer-vos que vos peço imensas desculpas pelo meu último post e que neste vos irei explicar o porque.

Para começar o meu marido não me traiu, por isso, as pessoas un-chiques que comentaram o meu ultimo post insultando o Henrique devem-me um grande pedido de desculpas chiques.
O meu marido, tal como mais pessoas chiques no mundo, apanhou sida não através de relações sexuais (sim, só gente un-chiquemente inculta é que pensa que a sida só se transmite assim) mas sim através do contacto com o sangue de outra pessoa. Ele é médico de clínica geral, e, há alguns anos atrás, um homem com uma grande hemorragia deu entrada no hospital onde ele estava em turno. Sem mãos a medir, para salvar uma vida, e como "em tempo de guerra não se limpam armas", o meu marido assistiu-o mesmo sem luvas. O Henrique tinha uma ferida... Estão a perceber?

Bom, eu nem deveria ter dado explicações chiques em público, mas preferi assim.
Quando ao meu teste: POSITIVO. Sim, tenho sida. Sim, posso morrer a qualquer momento. Sim, estou mal. Mas, por um lado, podem até achar esquisito, mas sinto-me mais ligada ao Henrique. Sinto que, ao termos a mesma doença, existe uma relação mais forte entre nós... uma relação que o tempo tinha apagado. Pode até ser pecado, mas, esta doença fortaleceu a nossa relação... é um facto.

Bom, tenho pouco tempo para estar aqui, tenho montes de familiares preocupados na sala à espera, testes médicos a fazer.

Um conselho vos deixo:
Não deixem para amanhã, o que, para a vossa felicidade, podem fazer hoje.
Eu não sabia que tenho sida, mas agora que sei... o amanhã é só se houver... vou fazer os possíveis para que, se morrer amanhã, morra realizada e feliz. Façam o mesmo.

Até nunca ou breve,

Bázita

Um comentário:

Anônimo disse...

Bem, eu não tenho muito jeito para falar em alturas negras...
O meu pai, ele foi contaminado com o pior tipo de hepatite pelo mesmo método que o seu marido (contacto com sangue contaminado). Ele achava que não iria andar por cá muito mais tempo, mas já convive com a doença há quase 10 anos, sem qualquer tipo de limitação ou preocupação, basta-lhe ter os medicamentos em dia para poder "esquecer" aquilo até.
Eu sei que o exemplo não é adequado sequer, mas era só para dizer que não tem de achar sequer que terá de alterar drasticamente a sua vida. Com o seguimento médico certo, aumentará em bastantes anos a sua esperança de vida.
Anyway... desejo-lhe tudo de bom, e boa sorte, tem aqui alguém a torcer por si. Viva um dia de cada vez :)