sábado, 24 de fevereiro de 2007

Uma surpresa un-.Chique

Olá queridos! Estou de volta, eu, a Bázita. Este post vai ser sobre uma coisa, que me atormentou bastante e para a qual vos vou pedir a opinião, acerca do que irei fazer.

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Acordei com um barulho de molas de colchão, vindo de um qualquer quarto da minha chique casa. Sem prestar muita atenção, vesti o meu roupão e desci, para tomar o pequeno-almoço. Sentei-me e senti-me imensamente incomodada quando ouvi o toque do telemóvel do meu filho, que era um homem aos berros que mais parecia um psicopata! Aquele horror era “emo scream” segundo ele. Bom, eu atendi, visto que ele estava agora no duche.

-Tô sim? Quem fala? – perguntei, curiosa, pois o nome que tinha parecido no visor era “amut” o qual eu deduzi que seria “amo-te“.
-Tou ‘mor? Credo, ontem à noite deixei-te mesmo de rastos, não? Até já pareces a tua cota a falar! -O que?? – retorqui, indignada com o que tinha ouvido.
– Desculpe, mas quem é semelhante criatura un-chique e mal educada que liga ao meu filho, com esses modos, e fala mal da sua própria mãe? Não tem educação não? Olhe, vá mas é para o colo da sua mãe, que lhe faz muita falta, minha menina. E espero que não se aproxime mais do meu filho, tá a ouvir?
-Aã… Desculpe, não era minha intenção magoa-la… pensava que estava a falar com o Jorge.-Não criatura, quem fala é a mãe. E o meu Jorginho não deverá querer falar mais consigo! Por isso, tchau. – aquela criatura obrigou-me a fazer uma coisa super un-chique, desligar o telefone na cara.

Fiquei com tal enxaqueca que a Alsininha, aquele amor de empregada, teve de me trazer quatro comprimidos. Finalmente o Jorginho chegou e sentou-se.-Jorginho, querido, conte à mãe onde foi ontem.

-Fui… estudar para casa do Miguel, mãezinha, porque pergunta?
-Porque gostava de saber porque é que uma criaturazinha irritante ligou cá para casa a chamar-me de “Cota” quando eu estou mais conservada que a Lili Caneças e disse “devo-te ter deixado mesmo de rastos” ou algo assim.
-Ena pá! Já estou atrasado para o treino de ténis! Sorry, mamã querida, mas irei ausentar-me.
-Ao menos já aprendeu a falar decentemente. Mas não fuja ao assunto, logo vai explicar-me tudo, chiquesa por chiquesa. Beijinho.
-Beijinho mãe.

E saiu. E não é que as enxaquecas não paravam? Tive de chamar o Dr. Carlos ou então tinha morrido, sei lá.
Mais tarde, o meu filho volta para casa como quem esconde a Torre de Pizza atrás das costas, mas eu não consegui ver o que ele realmente escondia. Continuei a por na pasta o catálogo de tecidos para os cortinados da minha cliente e depois fui lá. E o que é que vi quando entrei? Meu deus, só em falar nisto a cabeça já me está a começar de doer. Eu apanhei o meu filho, em cenas indecentes, com uma rapariguita qualquer.

-Aaaaaah! – gritavam os dois.
-ÁÁÁÁÁÁÁHHHHHH- gritei eu, com a fúria-surpresa, deitando as mãos à face.
-Creeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeedo. – saltou a criaturazinha-feminina-que-tinha-cilicone da cama.

O Jorge nem sabia onde se meter. Tapou as partes intimas e rapidamente começou a tagarelar:

-Mãe não podias ter batido a porta como sempre me ensinaste a fazer, não?
-Querido, eu sou sua mãe. Enquanto continuar a viver aqui eu é que mando no seu quarto, em si. -Que não seja por isso mãe, eu vou embora, então.
-Não pequerrucho, vai aqui ficar. Mas a cabra sai, que eu quero falar com o meu filho.
-Não chames cabra à minha namorada!!!! – gritou ele enquanto a criatura fugia com as botas-da-feira na mãe.
-Querido, fofo, eu estou em minha casa e ainda posso chamar o que quero a quem quero. E você não devia andar metido com tais gentes.

Quando os ânimos acalmaram, tivemos uma grande conversa. Eu amo-o e fiz de tudo para o compreender mas ele, com o orgulho-masculino ferido (o que era normal) fez as malas e saiu de casa. Escusado será dizer que sou mãe dele, e que não lhe cancelei os cartões nem nada que se pareça, o meu fofo tinha de estar em protecção para pensar na vida.O que pergunto agora é: será que devo ir à procura dele? Ou será que não vou, porque ele precisa de estar sozinho? Eu sei que ele está em segurança, pois tem dinheiro e esta num hotel, mas será que precisa de mim agora, ou de estar sozinho?
Ajudem-me por favor.
Um beijo .Chique


PS- .Obrigada!

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Quinta-feira un-.Chique

Olá cridos! Daqui a Fifi a postar, num dia que, como verão, não me correu lá muito bem…

11:30 da manhã: acordo, com odor a torradas acabadas de fazer a convidar-me a sair da cama. Teria o meu Viti acordado mais cedo e feito torradas, para mim? Eis que Júlia, uma das minhas empregadas, irrompe pelo quarto e diz:

- Senhora, o seu pequeno está na mesa. Hoje fiz-lhe três torradas, ao invés de quatro.
- Já vou, obrigado…
Não, Viti não me fizera nada. Desanimada, desci até à cozinha. Comi o pequeno-almoço e mandei preparar o carro que me levaria a casa da Bá, onde as três iríamos passar a tarde a conversar.
Vesti-me, depois de um banho rápido, e entrei no carro.

- Boa-tarde, Senhora. – disse-me o meu motorista, o Albertino.
- Para casa da minha amiga Bárbara, Jóia. – respondi, e acelerou.

Pelo caminho, o carro começou a fazer estranhos barulhos, barulhos que me preocuparam.
- Credo, crido. Passa-se alguma coisa? – perguntei.
- Nada, senhora. Não se preocupe. – assegurou-me Albertino. Como estava enganado…


Eis que, minutos depois, o carro pára, logo numa parte degradadérrima de Cascais, cheia de barracas, mulheres que não tomam banho, homens que cuspem para as paredes das suas casas. Um horror, como imaginam.
- Que se passa?
- Avariou, vou ver se arranjo.


Albertino saiu, e abriu o capô. Esteve lá 15 minutos, a mexer nas coisas. Voltou, depois, e disse:
- Não sei o que é, Senhora.
- Já podia ter dito, não acha? – respondi, e liguei ao serviço de apoio, chamando um reboque. Responderam-me que não iam àquela zona, que seriam assaltados se o fizessem. Desliguei, e informei o Albertino.
- Estamos fod…
- Não piore a situação dizendo palavrões, credo. – respondi eu, e olhei em volta.
Estava no meio de uma estrada cheia de fissuras, algures entre as ruas de um bairro cheio de casas em ruínas, cabanas e alguns motéis. Olhei mais atenciosamente e vi um cão a beber urina de um rapaz. Deitei o casaco de peles no banco de trás do carro e telefonei à Bá.
- Estou?
- Bá, vou chegar atrasada.
- Credo, Crida. Que se passa? – perguntou ela, e pude ouvir a voz da Fafa no fundo a perguntar quem era.
Contei-lhe o que se passara, aflita. Ela perguntou-me se queria que me viesse buscar mas eu, ao ver um táxi a passar naquele momento, respondi que não, correndo.

- Pare! – gritei, mas o homem seguiu, não me ouvindo. Fiquei furiosa, como imaginam. Como é possível fazer uma coisa daquelas? Peguei no telemóvel para ligar à Bá novamente e constatei que estava sem bateria, para mal dos meus pecados.
- Albertino, tem telemóvel consigo?
- Não, Senhora… não tenho telemóvel. – respondeu, e eu ia desmaiando de aflição. Recompus-me e disse: - Vá procurar ajuda!
- Aonde?
- Não sei, homem, desenrasque-se.
- Senhora, sei lá onde ir...
- Crido, ou vai procurar ajuda ou despeço-o. – respondi.
Face ao meu ultimato, Albertino afastou-se, e eu perdi-o de vista. Credo, estava sozinha no meio da pobreza degradante. Entrei no carro e tranquei as portas, olhando em redor.
Meia-hora mais tarde, continuava sozinha no carro, enrolada no casaco, a observar a rua. Estava deserta, chovia a cântaros. Esperei que a chuva parasse, coisa que só aconteceu uma eternidade depois.


Onde estaria o Albertino?, perguntei-me. Saí do carro e procurei alguém na paisagem que me rodeava. Mas nada, ninguém. Nem uma taverna ali perto. Onde estavam os motéis que vira antes do carro se avariar? Farta de estar ali à espera, vesti o casaco e comecei a percorrer a estrada, à procura de um telefone.
Já me doíam os pés quando encontrei um motel, ou aquilo que se parecia um motel, finalmente. Entrei, cautelosa, e vi-me numa espécie de recepção. Chamei por alguém, cansada, e apareceu-me uma mulher em lingerie.
- Boa-tarde. – disse, com sotaque brasileiro. – Desculpe mas nós aqui só atendemos homens.
Estava chocada, eu. Olhei-a de cima a baixo, e não disse nada por momentos. Depois, falei:
- Só queria usar o telefone, também…
- E vai me dizer que uma mulher como você, com essas roupas não tem telefone.
Contive-me para não me rir da sua fala, e respondi-lhe dizendo que estava sem bateria, e expliquei-lhe a situação. Mas ela, ao contrário do que esperei, perguntou-me se estava a gozá-la e insultou-me. Revoltada, disse-lhe para não me falar assim, que exigia respeito.
- Você merece respeito coisa nenhuma! – gritou ela. Tive a sensação de que ia partir para cima de mim quando Albertino, o meu motorista desaparecido, entra e diz:
- Senhora, arranjei um reboque.
- Não podia ter chegado em melhor hora, Crido!
- Vamos. – respondeu, e voltámos para o carro.

Mas, quando lá chegámos, o carro tinha desaparecido. Já não estava ali. O meu querido carro tinha sido roubado, por causa do meu motorista!
- Albertino, isto vai sair-lhe do bolso! – disse-lhe.
Esperámos ali, naquele sítio imundo, até que um homem passou por nós, carregado com tapetes, e parou.
- Por acaso não quer uns tapetinhos? São só dez euros…
- Não tem um telemóvel? – perguntei, já segurando o casaco no braço, exausta.
- Só tapetes.

- Siga viagem, vê-me com cara de quem precisa de tapetes?

Albertino e eu decidimos ir então até ao sítio onde ele arranjara ajuda, uma oficina velha, e entrámos. Cheirava a suor e a óleo, a borracha queimada. Decidi esperar cá fora, enjoada, e o meu motorista foi lá dentro. Encontrou o carro, e eles disseram-lhe que o trouxeram ali para adiantar trabalho. Afinal, não tinha sido roubado. Felicíssima, aproximei-me se já o podíamos levar. O homem disse-nos que já, mas que queria 200 euros pelo arranjo.
- Duzentos euros? – perguntei eu.
- Sim, duzentos euros.
Exausta demais para discutir, e mesmo sabendo que estava a ser “roubada”, perguntei:
- Aceita Visa?

Então, saímos de lá e Albertino levou-me de volta para casa, estava cansada demais para ir ter com as minhas amigas. Precisava de um banho, de relaxar. Desci do carro, mal chegámos a casa, e disse:- Aqueles duzentos euros vão ser-lhe descontados ao fim do mês, Jóia. – e entrei em casa.
Liguei à Bá, por fim, e meti-me na banheira, de onde só saí há bocado.

Dia Un-chique o meu, hã?

Beijo para vós, cridos



quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Truques .Chiques da Fifi

Oiiii Queridos! Já estava com saudades vossas, saudades de postar no blog!
Mas não temos postado porque, sabem como é, nem sempre há tempo. Mas vou aproveitar porque a Bá postou hoje, e vou fazê-lo também.

Em primeiro lugar, deixem-me só dizer aos cridos que me têm adicionado no MSN Messenger que me perdoem por não estar muitas vezes On-line, isto porque não tenho tido muito tempo... Só tenho conseguido mesmo iniciar sessão, ver os e-mails e dizer um "Olá, tudo bem?". Portanto, desculpem-me. Depois, quero agradecer às pessoas que têm contactado comigo através do Hi5, obrigado, são muito simpáticos.

Pronto, agora posso, então, passar ao assunto principal deste Post.

Seguindo um pouco a linha do Post da Bá (gostei, já agora, querida), darei alguns conselhos para as nossas leitoras que estão com problemas em arranjar o seu par. Não desesperem, queridas, a Fifi está aqui para ajudar-vos!

Ora, a primeira questão, aliás, as primeiras, que vos surgirão são "Onde" e "Como". Isso resolve-se facilmente, acreditem.
Imaginemos que você é uma mulher tímida, e tende a fechar-se com pessoas desconhecidas. Então, você não sabe como encontrar alguém com quem sair, devido à sua timidez.
O meu conselho é: produza-se, leve um vestido que realce as suas formas mas que seja discreto, preto. Lembre-se de que tem de divertir e divertir-se, ou, pelo menos, tem de dar a ideia de que se diverte (isto se o/a seu/sua acompanhante for... digamos, bem-parecido), e não deixe a conversa entrar em monotonia.
Ora, se o seu problema não for a timidez mas sim o sítio onde procurar, não entre em pânico. Há soluções para tudo, dear, menos para a morte.
Aconselho a: como sabemos, a Internet é um bom sítio para se encontrar alguém com quem sair. De facto, milhões de pessoas recorrem a este método. Se puder, tente, mas, cuidado, a o mundo cibernáutico tem os seus riscos... Se gosta de dançar, um bar ou uma discoteca são boas possibilidades também. Quem sabe não encontra o/a "tal" numa pista de dança, rodeada por corpos suados e odor a tabaco?
Mas há sempre aquelas queridas que estão assim um bocadinho gordinhas, devido ao Inverno e ao frio (eu própria engordei dois quilos, desde Outubro), e sentem complexos em sair com alguém por isso.
Faça o seguinte: vá, saia, anime-se. Procure as pessoas, divirta-se, e não ligue aos quilinhos a mais. O que interessa é que você é como é e gosta de si, e assim os outros gostarão também. Se achar necessário, pode sempre fazer jogging ou ir ao ginásio.
Como vê, há solução para os seus problemas. Se precisar de ajudar, contacte-nos.
Bem cridos... Por hoje fica por aqui, mas qualquer dia falarei mais sobre isto... Prometo!


Beijo chique para voces!
Agora, deixo aqui uma citação do filme "O Amor Não Tira férias":

Iris: You're supposed to be the leading lady in your own life, for God's sake!

Dicas para ter glamour (para mulheres .Chiques)

Olá queridas e queridos, é a Bázita a postar!!! Este post vai com certeza despertar maior interesse nas mulheres, mas não deixa de ser intressante para homens também.
Vou dar-vos dicas para se maquilharem e vestirem nesta Páscoa, que está ai à porta, não é verdade?
Pronto, queridos, aqui vai:

Para as mais discretas:

Um vestido longo, castanho, a contrastar com a pele já pouco morena devido ao frio Inverno que passou, ficará muito bem a qualquer mulher que seja discreta. Quanto à maquilhagem, um pouco de lápis preto apenas na pálpebra inferior e uma sombra beje pouco carregada na superior, fica lindissimamente discreto. Use também uns brincos de pérolas, fica linda, verá.

Para as que não dispensam um bom elogio, ou seja, gostam de dar nas vistas:
Para estas mulheres ficava a matar um vermelho berrante, mas na Páscoa nem sonhem! Não, adoptem antes uma cor mais pascoal e intensa, simultaneamente. Que tal um bordeaux, ou um verde escuro ou até um azul escuro? Com qualquer uma destas cores, fica imensamente bem uns brincos compridos de ouro ou até uns pequenos de esmeralda. São cores que ficam bem com estas joias. Que tal também uma carteira de veludo com imensos acessorios na alça? Muito bem ficava também um baton vermelho ou em tons de castanho-rosa, que este ano estão na moda!

Bem, nada de exagerar! Isto não é uma festa de gala, mas sim, a tão linda e espirituosa festa de Páscoa!


Beijos, e lembrem-se:


Sejam .Chiques

Tenham .Glamour


Até lá


terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

A minha aventura .Chique (Segunda Parte)

"Quando uma mulher loira tem de parar para pensar, um incêndio começa", foi o que me disse a minha irmã quando decidi fazer o teste de gravidez. Era dia 26, e todos os dias 26 de Dezembro significam uma coisa: compras pós-Natal. Eu e Luiza, minha irmã, decidimos primeiro comprar algumas roupas e depois ir ter à mais abominável e discreta farmácia de Cascais de nome "Farmácia".

- Deus nos livre se tiveres grávida. - Disse-me ela, e assenti. - Apanhas para toda a vida vês que tens um aborto espontâneo.
- Credo, Lu.

Na noite de Natal não tinha conseguido dormir. Lembrava-me bem de estar toda a noite a ouvir o tique-taque do relógio de cuco da sala estendida nos lençóis a pensar que se estivesse grávida, o meu pai chique, de nome Gregório, iria enfurecer. "Cucu", fez o relógio e olhei para a lua. Estava coberta de nuvens, que chatice. Voltei para a cama e dormitei.

Quando minha irmã não estava afim de me esperar, expressão bem conhecida pelos cariocas, estava um homem a olhar para mim de óculos e a rir-se. Era o farmacêutico na casa dos vinte anos de nome Flávio.

- Que desejam?
- Um preservativo - respondeu Luiza.
- Não! Um teste de gravidez! - todos olharam para mim.

Sabem, quando se vive em Cascais, e quando todos os chiques conhecem todos os un-chiques, uma cidade linda pode-se tornar traiçoeira devido à sua povoação. Todos falam da vida de todos, coisa de tardes de chá das 3, bisbilhutar. Seria este sexy e chique Flávio, um bisbilhoteiro?

- Certo, aguardem um momento.

Enquanto esperamos, meditei. Seria naquele momento... estivesse grávida, a minha vida acabava ali mesmo.

- Porque disseste que querias um pre.. um pre...
- Preservativo.
- Isso. Porquê? E o que é isso?
Fomos interrompidas por Flávio. - Aqui têm.
- Óptimo. Adeus.

Quando nos íamos embora, o homem gritara alguma coisa que não entendi bem, mas lá fomos para a casa de banho mais próxima. Detestava entrar em WCs públicos. Cheiravam a rato morto, e os ratos mortos cheiravam pior naquela casa-de-banho. Os espelhos estavam partidos, o chão inundado de água amarela - seria lixívia PopGold?

- E agora?
- Abre a caixa, que coisa! - gritou-me ela.

Abri e uma esferográfica saiu de lá. O que era aquilo?

- Que é isto?
- É o teste de gravidez minha grande burra!
- Como se faz? Pego nele e já sei se estou grávida?
- Não, Fá. Por amor da Santa! Tens de urinar para cima disso e passados três minutos sabes se estás ou não grávida!
- Que coisa nojenta!
- Eu ajudo-te, se quiseres - disse-me ela.

De repente, uma "mulher da vida" saiu do seu compartimento deixando três cigarros na água da sanita, o que não me importei e entramos as duas.

- Ok... força!

Era a primeira vez que urinava de pé. Deitei umas gotas o que depois fiz pressão para não continuar mais, em sucesso.

- Agora espera.

Passaram-se dois minutos já eu estava a roer as unhas de tanta emoção. Um estrondo ouviu-se, então.

- Ai, credo!
- Polícia judiciária!
- Ai, creedo!

Luiza murmurou: "segura aqui" e deu-me o teste de gravidez. Luiza saiu do compartimento e fiquei escondida, a ouvir a conversa.

- Que se passa? - disse ela.
- Procuro por Fátima e Luíza Carreira.
- Sou a irmã!
- Está presa por assaltar uma farmácia.
- Perdoe-me?

Escondida e aflita um pé arrombou a minha porta. Gritei esganiçadamente por ver um homem a ver-me vestida e gritei por socorro.

- Chefe, a Fátima está aqui.
- Prende-a também - gritou ele.
- Espere, por amor de DEUS! Deixe-me ver o teste!

O polícia pegou no teste e proferiu:

- Os seus pais quando lhe pagarem a fiança terão muito gosto de ver isto.
- Ai que alivio...
- Será?
- Diga-me o senhor.

***

Até a noite do dia 26 estive sem comer, sozinha numa cela escura a cheirar mal, onde a minha irmã só sabia estragar as unhas. Definitivamente, não estava tudo numa boa, como diriam os cariocas. O som das chaves do polícia era ensurdecedor. Este, só se sabia rir com o colega e constantemente ouvia as palavras "grávida" e "cabra".

Faziam as nove horas da noite quando uma porta abriu e o meu pai entrou acompanhado de um polícia.

- Pagaram-lhes a fiança, Fátima e Luiza Carreira. E aqui têm o teste.

Era o momento mais embaraçador da minha vida. O meu pai chocado, eu sem saber a resposta do teste que parecia uma esferográfica e de repente a minha vida tinha parado ali mesmo, com uma mosca a voar na cabeça do polícia que se ria.
- Filha... - Começou o meu pai, ainda de boca aberta. Passou-se alguns instantes e não continuou... seria algo do género "explica-te, dear" mas impossível era-lhe dizer.
Já não estava na prisão, estava na sala de estar onde as empregadas ouviam a discussão do outro lado da porta. O meu pai estava de pé, eu estava sentada, a minha irmã estava na poltrona a olhar para os seios e a minha mãe escondia a cara com o cigarro.
Eu, Fátima Carreira, estava a chorar. A minha vida estava destruída, não teria o futuro que desejara (.Glamour, .Casamento, .Jóias). E não havia nada que pudesse reparar o erro, estava completamente arrasada.
O meu pai andou para a direita. Depois para a esquerda. Depois para a direita. E depois para trás.

- Credo, Pai.
- Cala-te!

Por alguns momentos, o Mundo parecia ter parado. A minha irmã estava em choque (mas devia ser porque o seio esquerdo estava desproporcional ao outro) e a minha mãe fazia para não desatar a chorar.

- A tua tia... - Começou o meu pai. - ...está de estadia por esta semana aqui em Cascais. Ela voltará para Espanha depois. Tu vais com ela.

Olhei para ele, confusa.

- Porquê?
- Cala-te!
- Desculpa. Porquê?
- Porque vais abortar.

Naquele momento, o Mundo parou mais uma vez.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Nova York versus Cascais: um duelo .Chique

Ola queridos! Daqui a Fifi a postar, hoje.

Neste post, como devem ter reparado no título, vou comparar as duas cidades que mais amo (qualquer dia falarei das minhas aventuras e deseventuras em Tóquio, também, mas não hoje), ou seja, a americana Nova York e a portuguesa Cascais.

Cascais... A cidade onde cresci, onde aprendi a falar, onde dei o meu primeiro beijo... Cascais! Apelidada por muitos como a Terra dos Ricos (uma referência à série americana The O.C.), Cascais é uma cidade verdadeiramente bela. Cresci aqui, rodeada por professores particulares e uma biblioteca grande na casa dos meus pais, algures na natureza. Frequentei a escola em Cascais, também, e foi lá que fiz grandes amizades.

Nova York... Onde o meu marido me levou em lua-de-mel, onde fui assaltada pela primeira vez... Nova York! Esta cidade entusiasma-me, quer pela sua energia, quer pelo seu ambiente e pela sua população! Nova York é um sítio que gosto de visitar regularmente (eu, a Fafa e a Bá voltámos de lá no Sábado), e que recomendo a quem goste de diversão e de se cultivar. Mas, como todas as suas cidas, tem os seus senãos...


Cascais é a melhor das duas em vários aspectos: existem mais espaços verdes, claro, muitos parques, tem uma óptima vida nocturna e é sossegada suficientemente para se passar uns bons dias de descanso, sempre em contacto com a natureza. Tem paisagens lindíssimas, e eu adoro passear pelas ruas da cidade.

Nova York leva a melhor pela grande mistura de culturas e tradições que oferece numa visita à cidade, pelos espectáculos que oferece, pelos seus monumentos, edifícios e museus, pela sua vastidão (vivem 8 milhões de pessoas lá, aproximadamente) e por aquilo que me faz lembrar: o meu marido e todos os nossos momentos de felicidade.

Existem coisas que eu desgosto em Cascais, tais como as pessoas não respeitarem os jardins públicos (não apanham as fezes dos seus animais, por exemplo) ou as suas estradas não-muito-recentes. Actualizem-nas, darlings.

Ao contrário de Cascais, em Nova York não sinto grande segurança quando caminho nas ruas, especialmente quando já passa das 6 da tarde. Não dispenso o meu segurança, o Fred (ou Fredji, como lhe chama a Fafá), até porque já fui várias vezes assaltada: numa, íamos as três (eu, Fafa e Bá) e fomos atacadas por alguns jovens que nos pediram as malas e o dinheiro. Como eram apenas 4 (com idades entre os 7 e os 14/15 anos), decidimos defendermo-nos, usando as nossas malas Prada. E assim foi. Uma coisa assustadora, mas conseguimos fugir (a Fafa perdeu um tacão e a Bá ficou sem o casaco, mas foi só mesmo isso) e de outra vez foi o Fred que me salvou. Os bairros degradados também são uma nódoa, devo dizer.

Concluíndo, amo as duas cidades... Cada uma ao seu jeito.

Beijos chiques da Fifi!

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

E-mails .Chiques, os nossos, hã?

Nós criámos e-mails com o intuito de conversar com os leitores do nosso blog. Por isso, aqui vou mostrá-los:


fifi_chique@hotmail.com - fifi

fafa.chique@hotmail.com - fafa

bazita_chique@hotmail.com - bázinha



Adicionem, com respeito e chiquesa. Obrigado.

Sejam .Chiques!



Beijinho

Amizade .Chiquemente grandiosa

Eu, Bázita, sem autorização das minhas amigas, irei escrever um post para lhes fazer uma supresa. Irei fala de tudo por o que a nossa amizade já passou.

Mudanças de atitudes

Sim, as nossas amigas (outras) todas mudaram as suas atitudes e hábitos. Tornaram-se futeis e muito perconceituosas, apesar de se acharem imensamente liberais, nao respeitavam os que não eram, o que é uma contradição tão grande que até dá riso, não acham? Nós sobrevivemos a isto e somos as mesmas que eramos antes. Amigas como sempre.


Zangas

Já nos confrontámos com imensas zangas e sempre resolvemos tudo por bem. Eu sempre mais ponderada e compreensiva e elas sempre a falar mais sem pensar lá nos entendemos.


Distância

Nós moramos longe, e até recorremos ultimamente às novas tecnologias (computadores) para pormos a conversa em dia. Sempre com conversas chiques, inteligentes e com nível, nós falamos sempre que podemos.



Como vêm nós somos amigas de verdade. Nós sobrevivemos, nós merecemos:


Ficar juntas para sempre.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Para a .Chique Eternidade...

Olá caros leitores deste tão conceituado blog! Sim, sou eu, a Bá a postar hoje!
Muito bem, neste post vou contar-vos como eu, a Fifi e a Fáfá nos conhecemos (se tal não tivesse ocorrido, nunca estaria a escrever isto). Mas, antes de começar a tagarelar a tão imporante história irei falarvos um pouco da minha pessoa. Eu sou a Bárbara, tenho 41 anos e vivo em Viseu. Sou casada e tenho como profissão o designer de interiores, o que gosto bastante.

Vou então contarvos de onde vem a nossa amizade...

Fifi

Tudo começou no primeiro dia de aulas, no meu 5º ano (1º ano, naquela altura, pois era: 1ªclasse, 2ª classe, 3ªclasse, 4ª classe, 1º ano, 2º ano...) em que me sentia imensamente constrangida, isto que estava numa escola nova e não conhecia ninguém. Entrei na sala de aula e não sabia onde me sentar, até que uma rapariga moreninha e de totós que tinha um ar muito simpático, me convidou para me sentar ao lado dela. Eu aceitei. Durante os primeiros minutos da aula não falámos muito, mas depois lá nos apresentámos e começámos a trocar opiniões e intresses rapidamente. Trocámos os números de telefone (sim, não tinhamos a sort desta juventude de agora cheia de telemóveis... naquela altura o melhor era ter telefone no quarto, e mesmo assim, não era para todos... mas nós, graças a deus, tinhamos famílias afurtunadas) e passávamos horas a conversar sobre todas as coisas boas que a adolescência nos proporcionava. Pronto, já perceberam a ideia... eramos as melhores amigas.

Fafá

A Fafá entrou nas nossas vidas pouco depois. No sexto ano ela entrou para a nossa turma e como ela era muito extrovertida começámos imediatamente a falar com ela. Ela era muito excêntrica e as paixões dela duravam no máximo, uma semana. Eu e a Fifi até chegámos a Fafa a namorar às escondidas (sim, naquela altura os pais só nos deixavam "namorar à janela" e mesmo assim, só os mais liberais o permitiam!)!


Estávamos então as melhores amigas. Pode dizer-se que inseparáveis, como ainda o estamos. Claro que durante estes anos todos, tivémos as nossas divergências, mas nada que não se resolvesse.
E agora, para mostrar ao mundo a nossa força de vontade em manter esta amizade, criámos este blog.
Esperamos com alegria, continuarmos a ser amigas,


Para a eternidade...

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

A decisão .Chique

Despenalização da interrupção voluntária da gravidez? Sim ou não?
Eu, Filipa Rodrigues (Fifi), tento responder.


O assunto que é motivo de grande controvérsia e debate nestes últimos tempos em Portugal não é o futebol nem a nova moda criada por Fátima Lopes, mas sim a… despenalização da interrupção voluntária da gravidez.

Um assunto que tenho vindo também a discutir com as minhas amigas Bázita e Fafa… e que tem sido tema de conversa durante muitos dos nossos chás das 6! Pois bem, mesmo aqui em Nova Iorque, eu não prescindo de uma pesquisa na Internet sobre o tema, e penso que os Portugueses estão divididos, e muito. Cridos, a pergunta não é “É contra o aborto?”, como muita gente pensa, mas sim “É contra ou a favor da despenalização de quem o faz, desde que seja opção da mulher, até às 10 semanas de gestação?” Não confundam as coisas… Por favor!
As opiniões são diversas, e a indecisão predomina.
Muitos defensores do “não” dizem, inclusive as chiquezas dos médicos, que não querem ser assassinos, ou assassinar um bebé, ou compactuar com um crime. Darlings, sejam chiques e actualizem-se. Já não estamos no séc.X, estamos no séc.XXI, por favor! Sabemos perfeitamente que um bebé, fruto de uma noite de loucura (vejam o caso da Fafa, por exemplo!), pode destruir por completo uma vida. A Fafa, por exemplo, decidiu ter o filho. A filha, perdoem-me. Mas, por causa disso, foi forçada a viver em casa de uma amiga, foi forçada a abandonar grande parte das suas certezas e adaptar-se rapidamente à nova realidade: a vida escolar foi uma coisa que acabou, pelo menos durante uns anos. É claro que se ela tivesse decidido NÃO ter o filho, poderia ser uma excelente médica agora e salvar vidas. Mas não, optou por ajudar uma vida. E não se arrepende, jóias.
As mulheres são perseguidas, sem dignidade, e julgadas por uma decisão que só a lhes cabe a elas.
Peço-lhe a você, leitor chique, que imagine a seguinte situação: o dear ia, digamos, sair e ficava bêbado. Credo, crido, calma. Imagine, só. Então, você conhecia uma criatura que o seduzia/ou que você seduzia e acabavam na cama. Semanas mais tarde, viria a saber que um bebé nascera fruto dessa noite de prazer inconsciente. E então o crido perguntava-se “que irei fazer agora? O bebé é de uma pessoa desconhecida…” e então chegava à decisão de que o aborto seria a coisa mais chique, acertada diga-se, a fazer. E depois, o que seria?
Por isso, votem sim, ou votem não, ponderem muito antes. Beijos chiques da Fifi, comentem muito.
Antigamente, perseguiam-se bruxas… Agora, perseguem-se mulheres inocentes.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

A minha aventura .Chique

Olá queridos, daqui a Fátima, Fafa para os meus leitores. Venho assim a minha primeira postagem, e precisamente vou-vos contar uma experiência que nunca esqueci, memorável simplesmente. Acho imprescindível partilhar momentos tristes, alegres ou fashions convosco, coisa que nos meus 40 anos de vida que pareceram 20 tem dado para contar muita coisa.

Memorável porquê? O primeiro avanço, a primeira mais importante decisão, aquilo que chamam de relacionamento sexual / sexo / transa para os cariocas, aconteceu comigo numa noite que jamais esquecerei. Como todos o descrevem, é único, especialmente que quando se chega aos miseráveis e escassos milésimos de segundo que são ... enfim, são o que são. Mas não, isto não seria mais do que uma bela noite passada numa reles e ratada cama se não tivesse esquecido de pôr o preservativo / camisinha para os cariocas. Não me censurem, naquela altura os acompanhantes eram tesos como tudo, ou faziam uns de madeira ou punham pano, coisa repugnante. Claro que optei por tomar o risco de poder engravidar. E eis que o destino vira-se contra mim e Carolina Salgado Carreira, minha filha, nasce nove meses depois. Agora, a minha história.

19 de Dezembro de 1987. O vento uiva, faz frio como tudo. Agasalho-me para ir ao Madona's Cascais, o pub mais próximo, por ordem da minha irmã que fez uma aposta comigo. Sou uma jovem estudante de medicina; um pouco tímida que se isola a ler na varanda da casa dos pais, ou que vai comer um gelado de vez em quando com as amigas. Ir a pub era, como deu para ver, para mim um pecado. Era um pouco ingénua, é o que dá não estar informada nos anos 80 onde os hippies dançam ABBA. Tinha já ouvido falar de sexo, a minha irmã às vezes trazia amigas que comentavam o relacionamento no quarto da dita cuja, onde estava eu a espreitar na porta, mas nunca imaginei que seria naquela noite, naquela fria noite, que descobriria o sexo (o acto, claro).

Entrei, está a dar uma música jazz que homens gordos repugnantes a suar e a cheirar a porca no espeto abafam a melodia. Algumas "mulheres da vida", algumas amigas da minha mãe, conversam e fumam no canto. Decido ir para o balcão, sentando-me no meio de um casal de velhos que discutem o preço da vodka. Vem ter comigo um homem que pergunta o que quero eu e, envergonhada, abaixo a cabeça e murmuro "para já, não quero nada". Mas eis o momento que, quando o homem já se ia embora, uma voz grave e calorosa profere "arranja-lhe uma cerveja, por minha conta".

O ambiente é propício, fumo proveniente da nicotina vaporizada que julgo ser rosas a serem queimadas, espalha-se pelo pub, onde o cheiro a delito, perdição e pecado entranha-se pelas narinas daquelas pessoas imundas. Um homem, um maduro homem na casa dos quarenta, ri-se com os poucos dentes amarelos como o Sol que tinha, um sorriso mágico. Olhos protegidos por uma floresta de pêlos que faziam de sobrancelhas, olhos negros, negros como um corvo, negros como um coração quando cai em perdição. Lábios carnudos, grossos, a receberem a deliciosa e fresca cerveja preta, lábios com crosta, lábios que me deixavam cair em tentação. Ele era um homem, um homem que tinha sido o mais gentil até aquele momento, um homem que tinha-me oferecido uma cerveja, por conta dele. Seria generoso, estaria a ver-me como uma pobre coitada sem dinheiro e não como Fátima Carreira, filha de linhagem de família rica? Ou estaria ver uma jovem rapariga ingénua pronta a ser atacada? Não.. ele não poderia ser o Lobo Mau. Ele era perfeito, supremo, ele era um homem.

Aquele segundo, a pensar todas estas coisas, não me apercebi que estava a fazer uma coisa que fazia em situações humilhantes (como, por exemplo, chorar com maquilhagem)... eu estava a corar como uma porca a rir.

- Como te chamas? - o bafo dele era encantador.

Não respondi, fiquei a olhar para ele como uma lambisgóia un-chique, enfim, uma vergonha! Mas depois, ele pestanejou e vi-me obrigada a cair na real, como os cariocas dizem.

- Chamo-me... chamo-me Fá.. Fáfá. - Nunca pensaram, em cinco minutos após terem dito alguma coisa, que podiam ter dito outra?
- Fáfá... está bem. - e arrotou.

Os homens eram assim, porcos, imundos, não eram cavalheiros. Cascais era uma cidade que nunca dormia, mas para os reais cavalheiros, às oito da noite era xixi e cócó e nada de sair à noite encantar meninas. A cerveja lá chegou, seria a primeira vez a beber tamanha porcaria. O vinho do Porto, por exemplo, era a bebida que eu mais apreciava. Mas aquela cerveja preta olhava-me nos olhos, com os cantos cheios de marcas de lábios onde já os homens, os frangos do espeto, tinham posto lá a sua boca.

Bebi. O homem olhava-me, com aquele olhar, com aquele olhar mágico. Pestanejou e eu pestanejei. Foi então que, ao sabor da quente cerveja, ele pôs a sua mão suja de terra e carvão com dedos grandes e gordos no meu joelho. Um arrepio de emoção subiu-me até a espinha e forcei para não fazer movimentos bruscos. Sem saber porquê, arrastei a minha preciosa e delicada mão para expulsar a dele que me fazia peso e toquei-lhe.

Olhamos, então, um para o outro. A mão dele subiu e eu levantei-me.

- Chamo-me Joaquim.
- Chamo-me Fáfá. - não tinha gaguejado!
- Já tinhas dito o teu nome...
- Eu sei...

E rimo-nos a noite toda. Contamos piadas, bebemos cerveja. Horas passaram, sabia já a vida do homem de trás para a frente, da frente para trás, até que resolvemos sair do pub, pois já as quatro da manhã se avizinhavam.

- Queres boleia?
- Por favor.

De repente, olhei aquele homem com a camisa a querer-lhe sair do peito peludo e nojento, e vi um homem que tinha ido de porco para encantador. Estaria eu, a ficar apaixonada? Estaria eu, uma rapariga saída de um colégio de freiras, a ficar apaixonada por um homem com o dobro da minha idade? Joaquim levou-me para o seu carro, falamos durante a viajem sobre o encontro e ele levou-me para a praia. Parou junto dos rochedos, desligou o veículo.

- Isto é a praia - disse, sem querer mostrar entusiasmo, e a falar num tom de falsa surpresa.
- Sim, é a praia.

Joaquim beijou-me. Enquanto me beijava o furor do momento, obrigou-me a tornar-me selvagem, já não queria saber das porporinas, da roupa de gala, da maquilhagem, do perfume. Desapertei-lhe a camisa, toquei os seus pêlos. Desapertou-me o sutien, apalpou os meus seios. Empurrou-me para cima dele, ele teve de afastar a cadeira para não dar com o volante. E então, ele baixou as calças, eu subi para me ajeitar. E aí...

O sexo começou. O que dizer deste acto? Selvagem. Fiquei, em vinte minutos,a conhecer melhor o homem, a conhecer melhor a sua constituição, a conhecer melhor o tão famoso pelas "mulheres da vida" sexo. Sexo / relacionamento sexual / o amor / a transa. Inesquecível.

Cheguei a casa despenteada, entrei pelas traseiras e contei tudo à minha irmã. Impressionada, quis saber de tudo. E assim se passou uma semana sem ver o Joaquim, pois sempre que tentara ir ao Madona's Cascais, fui impedida pelos meus pais, que me vigiavam. Uma semana em que acordei precisamente no dia 25 de Dezembro, dia de natal e fui vomitar.

Nove meses depois, Carolina nasceu.


Continua

Como conheci o meu marido .Chique

Ola cridos! Boa-noite a todos. Sou a Filipa, a Fifi para vós, e venho hoje falar-vos um pouco da minha vida.
Pois bem, sou uma mulher na casa dos quarenta, casada ha uns aninhos e fui professora até aos meus 35 anos, altura em que decidi dedicar-me à escrita e a acompanhar o meu marido devidamente, nas suas inúmeras viagens. Adoro literatura (leio de entre 5 a 1o livros por ano) e posso dizer que tenho conhecimento na área cinematográfica. Tenho um cão chamado Pantufas, de raça Labrador, que encontrei abandonado na estrada há dois anos.

Mas o post que escrevo hoje vai ser dedicado à pessoa mais importante da minha vida: o meu marido, o Vitor, Viti para mim. Ora, eu e o meu Viti somos casados há três anos e 6 meses, relativamente, casámos no dia 20 de Agosto de 2003, e somos felizes. Ele é arquitecto, eu dedico-me à escrita e a apoiá-lo nas suas decisões. Orgulho-me de ser uma esposa presente.

O dia em que conheci o Vitor foi muito engraçado, diga-se de passagem. A Bázita, grande amiga minha, iria dar uma festa para celebrar o seu 33º aniversário, e iria convidar todos os seus amigos para uma festa de arromba! (Isto, em 1999) E, claro, eu, uma amiga de infância, estaria presente.

Passei uns dias à procura de um vestido para levar nessa noite e a ajudar a Bá com os preparativos, e eis que o dia chegou. A noite estava mágica e a casa da Bá cheia. Cerca de 50 convidados, porque nao iria estar a convidar toda a gente. Eu passei a noite toda a observar tudo à minha volta, cansada porque tinha passado a tarde a corrigir testes, e desde logo reparei num desconhecido. Alto, moreno, olhos castanhos, bem-parecido, aparentava uns 37, 38 anos. E trocámos olhares durante todo o jantar, a Bá e a Fafá aperceberam-se e, claro, a Fafá ajudou-me a conhece-lo, apresentou-nos. Fiquei um pouco embaraçada no início, mas houve química.

A noite avançou, e nós conhecemo-nos melhor. Dançámos e falámos de experiências e vida profissional. A noite acabou connosco no jardim com duas garrafas de champagne vazias. Pois bem, ficámos amigos e trocámos números de telefone.


Dias mais tarde, contei tudo à Fafa e à Bá, numa bela tarde de Sábado, enquanto conversávamos no jardim da casa da Fafa. E elas, claro, encorajaram-me a ligar-lhe. E eu liguei, ao Viti. E decidimos ir jantar a um restaurante "com classe", que eu não conhecia. O Viti levou-me lá e adorei, simplesmente. Conversámos, rimos e conhecemo-nos melhor. Combinámos uma saída ao cinema dali a uns dias e foi nesse dia que demos o nosso primeiro beijo, enquanto víamos o filme "Message in a Bottle". O Viti viajava muito naquela altura, sempre a assinar contractos e a desenhar novos projectos, dado que tínhamos pouco tempo para estarmos juntos.

Assim, passámos a encontrar-nos ocasionalmente e o nosso amor assim foi crescendo. Em 2001, começámos a viver sozinhos, por convite meu. A vida com ele era agradável e tranquila. Sentia-me realizada. Passámos a viajar, a conhecer novos países. Então, em 2003, ele fez "o" pedido. E, com naturalidade, eu aceitei.

O resto, bem... Fica para outro dia... Beijos chiques!

domingo, 4 de fevereiro de 2007

O nosso primeiro post .Chique!!!

Olá gente chique! Queria começar por dizer quem somos. Somos três amigas: Filipa Rodrigues (Fifi), Bárbara Mello (Bázita) e a Fátima Carreira (Fafa). Criámos este blog de confissões e desabafos para mostrarmos ao mundo a nossa vida, com o intuido de todos os nossos leitores aprendam com os nossos erros e se divirtam com as nossas peripécias. O nosso dia-a-dia vai ser aqui retratado. Este post, está a ser escrito por todas nós, mas os próximos irao ser uma a uma, a contar o seu dia!
Pronto, aqui me despeço.
Beijos chiques,

Fifi, Bázita e Fafa