sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Um carnaval para recordar .Chiquemente!


Oi dears! Bem, como todos ficaram delicidados com o relato da Bá sobre a festa da Lu, eu decidi fazer uma pausa no blog para que pudessem ler e contactar-nos a pedir ajuda. A Bá, pelo que sei, já se encontrou com chiquesa com algumas leitoras, aguardemos um relato da parte dela. Quanto a mim, escrevo para vos contar a nossa festa de Carnaval, o melhor de sempre. Perdão, minto, o melhor foi o de 1994, mas o que interessa é o de este ano. Continuem a ler!

Todos os chiques sabem que, quem quer ser respeitado, tem de organizar um grande baile de máscaras no Carnaval. E todos os chiques sabem que, ao fazerem-no, deve-se convidar toda a cidade a comparecer. Pois bem, desta vez, em conversa com a Bá e a Fafa, no sofá, enquanto revíamos "O Amor Não Tira Férias" e comíamos pipocas, enroladas num cobertor numa certa tarde chuvosa, eu virei-me e disse:
- Fá, devias organizar o baile.
- Sim - apoiou a Bá. - Seria chiquíssimo!
- Ai, acham? Já não me visto para o Carnaval há anos... quanto mais organizar uma festa para os Un-chiques dos nossos vizinhos. - respondeu ela.
A Bá fez pausa no filme e começámos a falar. Penso que não é necessário dizer que, uma hora depois, estávamos já as três sentadas no chão, a comer pizza encomendada e a apontar os nomes dos chiques a convidar para o baile dela, que as três organizaríamos.
- Convidamos a Lu? - perguntou a Fafa, e todas nos rimos.
- Olhem... eu fui visitá-la! - gritou a Bá, e eu engasguei-me com uma pipoca. - Há dias!
Contudo, nem tempo tivemos para lhe perguntar quando, por que motivo, e como correu: fomos de imediato chamadas à porta, pelo toque da campainha - a minha governanta estava grávida, quase a dar à luz, deixei-a ir para casa uns dias, com chiquesa. Quem era? O veterinário.

Não sei se já disse o nome dele, mas chama-se Leonardo. Tem 27 anos, é solteiro, olhos castanhos, 1 metro e 77 centímetros. Provavelmente, ao lerem o relato da Bá, ficaram curiosos sobre o porquê de ele me estar a perseguir tão Un-chiquemente, durante a festa. Pois, tudo começara em Dezembro, quando ele me passou a telefonar-me todas as madrugadas. De início, eu saía da cama e ia até à sala, atendia e pedia-lhe:
- Por favor, não me ligues mais. Eu sou casada. Esquece-me.
Contudo, houve uma noite em que o Viti não viera dormir a casa, pois se encontrava em Faro, na casa de um amigo a tratar de negócios, em que eu me sentira particularmente sozinha (a Fafa estava em casa de uma tia, em Viseu, e a Bá estava em jantar romântico com o marido), e Leonardo me ligara.
- Podemos falar, Filipa? - perguntou, e ficámos duas horas ao telefone.

Perturbada por essa aproximação, corri a ligar à Bá a contar. Esta, contudo, não atendera; já a Fafa, por sua vez, disse que estava cansada de mais para falar. Peguei no meu cão e fui dar um passeio, em plena madrugada. Pensei bastante sobre o meu casamento, sobre Viti... sobre a vida que começo a levar. Nessa noite, apercebi-me de que, se calhar, Viti não é mais o homem com quem me casei.
Nos dias seguintes, ele continuou-me a ligar, quase sempre à mesma hora; e continuámos a falar, por vezes durante horas... até que, certa noite, enquanto falávamos, Viti apareceu na cozinha, surpreendendo-me un-Chiquemente. Olhou-me seriamente, e eu senti-me uma traidora, ali com o telefone na mão, a ouvir a voz de Leonardo sussurrar-me palavras que me confortavam.
- Não penses que te vou perder, Fi. Não sem lutar. - disse Viti, e voltou para o quarto.

Nessa noite, jurei ser a última vez que falava com Leonardo. Prometera a mim mesma não atender mais uma chamada. E assim o consegui cumprir, até que o vi na festa da Lu. Primeiro, horrorizada, escondi-me usando a bolsa da Bá, que entretanto se tinha ausentado. Mas ele logo me descobriu, e eu parti em corrida chique por entre as mesas. Estava tão nervosa que até fui contra uma cadeira, deixando-a cair. Depois, enfim, deu-se aquela cena perto da casa-de-banho, fruto de sentimentos que prefiro reprimir; sinceramente, preferia não falar desse acontecimento, preferia que Leonardo estivesse fora da minha vida. Mas a verdade é que, infelizmente, não está.

Voltando ao que dizia, fomos à porta e encontramos o Leonardo, que ficou surpreso por encontrar ali as minhas amigas.
- Olha, não me respondes às chamadas porquê? - perguntou a Fafa, furiosa por, desde aquele encontro deles, ele não lhe ter ligado mais.
Leonardo ficou em silêncio; depois, corado, pediu-me para falar em privado.
- Não - disse a Bá, encostando um pouco a porta. - Ela é casada, ela é casada com um homem que ama. Você tem 27 anos, podia ser filho dela! - aqui, olhei-a de lado. Chamava-me velha?! - Pronto, filha não, mas sobrinha. Por favor, vá-se embora. - Continuou, e fechou a porta completamente. Depois, abriu-a: - Ah, e esteja atento ao correio, pode ser que receba um convite para uma certa festa de Carnaval.

Quanto ao baile da Fafa... bem, também não acho necessário dizer que, nesse dia, fizemos directa a sonhar com vestidos, decoração, música, convidados. Na tarde seguinte, quando finalmente acordei, com os pés da Fafa encostados ao meu cabelo e a Bá entrelaçada entre nós, no sofá, pensei "Voltámos à Faculdade", e chamei-as. Fomos almoçar fora, a uma esplanada .Chique, onde continuámos os preparativos.
- Cento e cinquenta pessoas era bom - disse a Bá.
- Sim! - apontei, num bloco de notas, após a Fafa assentir.
- Quem convido para cantar? - perguntou ela.
- Podia ser a Sílvia... - disse a Bá.
- É, podia.
- Calem-se, não quero essa cadela no meu baile. Não a cantar. Pensem noutra pessoa. - devido à inflexibilidade da Fafa, tivemos de pôr música de CD, não houve banda.
Os dias seguintes passaram por entre preparativos, risadas e refeições improvisadas. Dois dias antes do Carnaval, à noite, estava eu a ler na sala quando o Viti chegou a casa do trabalho. Apontei-lhe para a mesa da sala, para um envelope, e ele aproximou-se.

- O que é?
- Abre - respondi.

Era o convite para a festa. Ele sorriu, pousou a pasta de trabalho e sentou-se ao meu lado. Depois de me agradecer, perguntou-me qual seria a minha máscara.
- Ainda não sei, mas estou a pensar ir de Julieta... da peça "Romeu e Julieta", sabes?

O .Grande dia acabou por chegar. A festa estava imensamente glamourosa, a casa da Fafa estava completamente cheia. Havia música, petiscos, enfim, todos dançavam, riam, falavam. Eu fui de Julieta, a Fafa foi de prostituta e a Bázita foi de Marylin Monroe.
Então, a meio da festa, estávamos nós a andar lá pelo salão quando somos abordadas por Telma, uma Un-chique lá de Cascais, mais conhecida pelas suas coscuvelhices. Estava mascarada de mecânica.
- Fafa, amiga... - começou, cínica. - Vejo que o vestido te assenta que nem uma luva! Parabéns!
Eu e Bázita olhámo-la, .Chiquemente intimidantes. Aquela Telma sempre tivera inveja da Fafa, que, por sua vez, se manteve calma.
- Assim como o teu, jóia. Não era o teu pai que era mecânico? Pois, "filho de peixe, sabe nadar"!
A outra quase explodiu de vergonha; estava acompanhada por outras três invejosas, cinquentonas, que nos olharam, raivosas.
- És uma pêga, Fátima. Sempre foste. Sempre andaste metida com os filhos, sobrinhos, NETOS, dos outros. - retorquiu Telma. - Estou é feliz que o teu marido te tenha traído.
- Sim, foi feita justiça! - concordou outra amiga dela.
- Agora, com o divórcio, tenho a certeza de que vais para onde mereces: para o esgoto, para a pobreza.
Eu e a Bázita entreolhámo-nos, e estivemos para responder, mas a Fafa, mantendo a calma, impediu-nos.
- Estás feliz? Deve ser péssimo ter de ver os outros mal para estar-se feliz. Não sei, diz-me tu...
- Destruidora de lares! - Telma alteava o tom de voz, e aqueles que estavam à nossa volta começavam a olhar.
- E, quanto à tua dúvida, não, não vou para a pobreza. Eu, Fátima Carreira, mulher de rica linhagem, tenho a minha própria fortuna. Não sou nenhuma suburbana, como tu, que procuraste ascender às altas classes de Cascais casando com um homem rico, vinte e seis anos mais velho que tu, o qual nunca amaste. Segundo as más línguas, claro.
Amei .Chiquemente a resposta da Fafa. Eu e a Bá rimo-nos ali na cara da Telma, que, mais vermelha que um pimento, se atirou para cima da Fafa, derrubando-a. Choquei-me, digo-vos, e inicialmente fiquei sem reacção, ao ver aquela criatura despentear a Fafa, e depois tentar rasgar-lhe o vestido. A Bá puxou-lhe um braço, gritando para que parasse, mas ela arranhou-a Un-chiquemente.

- Cabra! - gritou a Fafa, mordendo-lhe a mama. A outra gemeu de dor e ripostou com um bofetão. Desesperada pela Fafa, agarrei a outra pelos cabelos e consegui separá-las. Os homens à nossa volta começaram então a intervir, mas não conseguiram impedir a Fafa de se atirar novamente para cima de Telma e de lhe rasgar a parte de cima do vestido.
- Isso, bate-me! E ainda te dizes tu chique! Só se for num bairro de lata! - gritava Telma, sendo atacada.

O marido da Bázita lá interviu e puxou a Fafa para trás. A outra pisgou-se para fora de casa, dizendo que nem sabia como aceitara tão Un-chique convite, e as outras seguiram-na. A Fafa dispersou-se então na multidão e apenas ficámos lá eu e a Bázita, olhando-nos sem dizer nada. Foi então que soltámos uma gargalhada, descomprimindo um pouco. Contudo, esse momento de descompressão não foi muito, pois Leonardo lá tratou de aparecer, mascarado de lobo.
- Fifi! Estás linda! - elogiou-me ele, beijando-me a mão direita.
Sorri e agradeci o elogio. A Bázita, contudo, sussurrou-me ao ouvido:
- Não devíamos ir à procura da Fafa?

E fomos. Despedi-me .Chiquemente de Leonardo, dizendo que tinha uma amiga que precisava de mim, e fui com a Bá por entre a multidão. Depois, fomos procurar a Fafa por algumas divisões da casa - entrámos num quarto, inclusivé, onde vimos dois casais jovens a namorar -, até que a encontrámos sentada na despensa, a beber uma garrafa de vinho tinto. Parecia triste... sentámo-nos de cada um dos lados dela e pusemos - reparei, ao mesmo tempo - os braços à volta dela.
- Sabem... - começou, a conter as lágrimas. - Ela tem razão. Eu passei estes dez anos de casamento a brincar ao rato e ao gato com o meu marido... a traí-lo com homens (e uma mulher) mais novos que eu, muitas vezes. Foi engraçado, sim... mas agora, não me sinto com vontade de o fazer. Não estou a ficar mais nova... Caramba, já tenho 42 anos! Estou à beira do divórcio, e a minha vida não é nada como eu desejei. - Começou a chorar, aqui.
- Oh, Fá... - começou a Bázita. - Nós amamos-te, independentemente disso. Sim, estás à beira do divórcio, mas vais conseguir ultrapassar essa fase da tua vida. Estamos aqui ao teu lado.
Ela sorriu, mas não foi muito convincente.
- Então e vocês?
- Eu? - retorqui. - Nem me digas nada. O Viti disse que não ia poder aparecer, enfim, já era de esperar. Ainda para mais, o Leonardo está cá. - Peguei na garrafa de vinho e bebi um gole.
- O Leonardo? - perguntou ela.
- Sim, o veterinário. - disse a Bázita.
- Ah!... e tu, Bá?
- Pois, eu não sei. Sinto saudades do meu filho, sabem como é, já não estou com ele há muito tempo. E aquela Sílvia dá comigo em doida, às vezes... - disse a Bá, e bebeu também um pouco de vinho, depois de eu lhe passar a garrafa.
- Por falar na chinoca, onde está? Ela não era para vir? - perguntou, claro, a Fafa.
- Sim, e veio - respondeu a Bá. - Está para aí a embebedar-se, a dançar.
Nesse momento, a Fafa levantou-se e olhou-nos.
- Pois, e era o que devíamos fazer também. Vá lá, tivemos tanto trabalho a planear isto para agora estarmos aqui fechadas...? Vamos é dançar!
- Sim! - respondeu a Bázita, e levantou-se. As duas olharam-me.
- Desculpem... eu acho que vou para casa. Não estou com muita vontade.

Elas levaram-me até ao carro e insistiram para que ficasse. Pelo caminho, passámos por Leonardo, que estava à porta de casa a falar com... a Sílvia! E pareciam estar a dar-se bem, os dois. Não tinha namorado ela? Enfim. Eu não conseguia estar ali... uma ideia assombrava-me a cabeça: a separação de Viti. Estava cada vez mais descontente com a nossa relação, não podia continuar a viver assim. Conduzi até minha casa e, a meio do caminho, estava já lavada em lágrimas. Sabia que, assim que chegasse a casa, teria uma conversa derradeira com ele. Seria difícil, mas necessária.

Lá entrei no meu bairro. De início, ao olhar para minha casa, fiquei assustada. Via luzes no quintal! Luzes coloridas. Ouvia, também, uma música romântica. Fiquei alarmada... que se passaria?! Saltitei do carro, que estacionei rudemente à pressa no jardim da frente e corri pelo lado da casa. Quando cheguei lá à parte de trás, o que vi? Primeiro, uma mesa, totalmente decorada com velas e enfeitada com flores. Depois, Viti, lá sentado, olhando-me. Estava mascarado, mas não consegui perceber de quê, inicialmente. Estava, também, sozinho. Olhei-o, triste, e ele aproximou-se de mim.

- Diz-me... queres ser a minha Julieta, esta noite? - perguntou, ajoelhado, à minha frente. Eu sorri e logo saltei para os seus braços, de alegria.
- Claro! Amo-te, Viti! - respondi, e beijei-o, sem conter a respiração. - Chiquemente!

E ali passámos a melhor noite da minha vida, a falar, a conversar, a namoriscar. Essa noite, digo-vos, lembrou-me o porquê de ter casado aquele homem. E outra coisa vos digo: nessa noite, assim que subimos para o quarto, não preguei olho...

Beijos da Fifi!

domingo, 27 de janeiro de 2008

Nós, as Mulheres .Chiques

Olá chiques! Eu, Bá, volto a postar!
Bem, hoje quero contar-vos uma coisa que me esqueci de contar. Tenho vindo a reparar que há cada vez mais mulheres a deprimir quando chegam à menopausa, quando fazem quarenta anos ou quando dão conta da sua idade. Tenho também vindo a reparar que muitas acham que não é bem de um psicólogo que precisam, mas sim de uma... amiga. E então, o que resolvi eu fazer? Abrir uma espécie de consultas, em que converso com as mulheres e, como as compreendo, tento ajudar.
Já recebi algumas respostas aos meus anúncios, entre elas de uma mulher que diz ter uma vida horrorosa, cheia de problemas e discriminações. O seu nome era, se não me engano, Horácia. Nunca tinha ouvido esteve nome, por acaso, mas terei o maior gosto em tentar ajudar esta mulher.
Tal como a estas mulheres, também a vocês posso ajudar. Enviem um e-mail para bazita_chique@hotmail.com e eu tentarei responder o mais brevemente possível.

Já agora, o meu escritório intitula-se "Nós, as Mulheres.".

Beijos e até lá!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Uma festa relativamente .Chique

Olá chique! Daqui, Bázita, para vos contar todos os pormenores da festa da Lu, chiquesa a chiquesa! Aproveito para mencionar que, à minha frente, Fifi e Fafá iniciam-se nos jogos de PlayStation.
Começo por dizer que este é o segundo post que escrevo porque o primeiro foi acidentalmente apagado. Logo, estou irritadíssima! Mas vou tentar superar os meus un-chiques nervos e postar decente e chiquemente.

Tudo começou lá para as três e meia da tarde, quando eu e a Fifi abandonámos a minha casa e consequentemente as chávenas de chá e a Fafa, que ficou a bronzear-se e a proteger-me a casa da chinesa.
Dirigimo-nos para o shopping chique, onde compraríamos vestidos, jóias, sapatos, malas, enfim, tudo o que uma mulher chique necessita para ir a uma festa.
-Enfim Fi, estou desconfiada. - Disse, com ar monotonamente desconfiado.
-Porquê? Por causa da Lu?
-Claro. Quem mais vez a cabo de merecer que eu desconfie?
-Enfim, não sejas assim! Ela pode estar arrependida, Bá!
-Olha, vais ver como eu tenho razão. Penso mesmo que ela se vai vingar.
-Olha relaxa e vem comigo, acho que encontrei os vestidos perfeitos.
A Fifi não acreditava em mim... qual ingénua é! Mas, eu poderia também não estar certa. Estava ansiosa por ver.
Mal acabámos de fazer compras, saímos do shopping e entrámos no meu carro. Seguimos para casa da Lu.
Quando nos aproximamos, pusemos os nossos óculos de sol (uma chique, quando vai ter com um inimigo, coloca sempre os seus óculos de sol! aprendam comigo que eu não duro para a eternidade chique!). Saímos e caminhámos em direcção à casa (deixei o carro longe, ou ainda seria assaltada! com tantos carros ali, e saberem que são de gente rica, deixá-lo ali também? só se fosse burra!). Mal a avistámos, ao longe, a sua enorme casa, ficámos boquiabertas. Estava linda... entre a relva via-se imensas luzinhas que conjugadas com a enorme fonte em forma de Lua dava a sensação de que andávamos sobre o céu nocturno! As mesas redondas na sala rodeada de vidros abertos, como se fosse a continuação do jardim mas coberto, estavam muito bem postas. A conjugação do branco, do dourado e do bordeaux ficou imensamente bem! As velas e as rosas davam um ar romântico à noite, e os lindíssimos vestidos e fatos dos convidados eram a cereja em cima do bolo.
Bem, depois do choque chique, tocámos à campainha e fomos recebidos pelo mordomo, o Sr. Horácio Lopes. Entrámos e ocupámos logo a mesa em frente ao mini palco, onde um grupo de senhores de idade tocavam lindíssimas músicas.
-Fifi, guardas o meu casaco? Queria ir ao WC! - pedi.
-Claro Bá! Até já!
E a correr (estava aflitinha) fui até ao WC, mas mantendo a chiquesa. Mas o chão estava escorregadio e os meus sapatos não eram muito aderentes e... caí un-chiquemente para cima de um dos empregados que trazia, com alguma dificuldade, uma bandeja cheia de cálices que formavam uma pirâmide.
-AAAAI! Desculpe! - disse eu, baixando-me para tentar ajudar.
-Não se preocupe... tenho é medo que não haja mais remédio para por nos copos para aquelas determindas pessoas qu... ai, já falei demais.
-Diga?? Remédio? Copos? Pessoas? Conte-me tudo, jóia, já. - Isto cheirava-me a esturro un-chique.
-Tenho de me apressar. A patroa pediu-me que trouxesse as bebidas com urgência. Com licença.
-Você não vai a lado nenhum. - Disse, cortando-lhe o caminho com a minha perna chique.
-Mas mas... - Gaguejou a olhar para elas. Talvez ainda não esteja tão velha assim... - Tenho mesmo de me despachar.
-Claro. Então tente falar rápido.
-Em que posso ajudá-la, então?
-Conte-me tudo acerca desse tal remédio, desses tais copos, dessas tais pessoas.
-Não tenho tempo para isso. Mas se me der o seu contacto eu poss...
-Tome. - Coloquei o meu cartão no bolso da sua camisa. - Telefone-me dentro de minutos. Vou aguardar ansiosamente a sua chamada. -Tentei ser sexy. A Fafá sempre me disse que quando se quer algo de um homem, em primeiro lugar o devemos seduzir. Nunca fui totalmente de acordo, mas uma pitada não faz mal a ninguém... até me rejuvenesce.
Dirigi-me para o WC, aviei-me e voltei.
-Ai Fifi, nem sabes!! - Quase gritei.
-Conta!! - E ela também.
-Fala baixo! Foi assim... - e contei-lhe.
Depois do meu relato ela ficou perplexa.
-Tinha ou não razão? - perguntei, como uma criança quando diz "toma toma toma!".
-Isto não prova nada! Podemos estar a fazer juízos precipitados acerca disto, Bá.
-Não me parece. É demasiado óbvio. Vais continuar na tua ou ajudares-me, amiga?
-Está bem. Conta comigo.
E porque nunca perdemos esse vício, batemos as palmas das mãos em sinal de cooperação chique.
-Sabes? - Disse, passado alguns minutos de silêncio. - Tenho um plano.
O meu plano era combinar com o empregado e fingir-mos que tomámos o tal remédio. Fingiríamos também ter os efeitos (ainda por nós desconhecidos) que ele provocava. Já estava a imaginar a cara de sonsa da Lu, a pensar que era inteligente. Ri-me.
-Concordo! Ai, amei o plano Bá! - A Fifi estava entusiasmada com a ideia. Amei isso.
A festa começou, a Lu entrou e abriu a festa, dizendo que guardava as suas palavras para depois. Via-se que se estava a achar chique, mas de chique não tem nada. Estava horrivel! A sua falta de imaginação e inteligência é tal, que copiou o vestido da madrasta das crianças no musical "Música no Coração" (que está no Rivoli e aconselho!!). Enfim, não estava nada chique, visto que espalhou imensos laços pretos pelo vestido e aquele cor-de-rosa choque não combinava nada com a festa. Só mesmo com a parolice dela, desculpem-me o termo.
-E sem mais demoras apresento as minhas convidadas que cantarão esta noite. E elas são... Lola e Sílvia!!
E abandonou o palco, tropeçando no seu exageradamente comprido e desajeitado vestido. Nesse exacto momento a Fifi disse-me algo como "ai, socorro, o veterinário!" e fugiu para a casa-de-banho. Mas, era estranho, a Sílvia não apareceu... apenas Lola entrou no palco, aluada. Que se passava? Esperei mais uns minutos, até que uma rapariga entrou. Ai, estava a ocupar o lugar da Sílvia e... ai, não era normal. De repente, atrás de mim, a Fafá apareceu, mascarada.
-Bá! - sussurrou.
-AI CREDO!! Quem é? - gritei, de susto.
-Sou eu, a Fá! Eu já te explico. Vamos à casa de banho.
E fomos. Quando nos aproximámos vimos a Fifi a chorar, e nervosa. A Fafá correu para ela, eu aproximei-me atrás e rapidamente soube o que se passou. Esperaria que ela se acalmasse e deixá-la-ia com a Fá... porque algo me intrigava. Onde estaria a miúda asiática?
-Fi, rápido. Precisamos de encontrar a Sílvia, ela desapareceu! - disse, também tentando que a Fi desanuviasse, não pensasse em coisas que não a levam a lado nenhum.
Foi aqui que ouvimos alguém a berrar do outro lado da porta e a bater nela. Era a Sílvia. A Fafá apressou-se a abrir a porta e, mal a vi, reparei no mau estado em que estava.
- Quero cantar! - gritou, feliz.
- Não com esse vestido - disse eu. - Fá, tu vai avisar o público do ocorrido.
- Certo!
- E, Fi, tu vais emprestar o teu vestido à Sílvia. - Eu sabia que ela ia berrar, mas tinha de ser. Até lhe emprestava o meu, mas tinha um plano a pôr em acção. E sabia como arranjar de imediato outro vestido para a Fifi.
- Quê? - disse a Fifi, perturbada. - E vou com o quê?
- Esperas nos camarins.
- É que nem penses!
- Olha, desculpa lá, mas sem vestido ela não vai actuar, não achas?
- E por que é que não lhe emprestas tu o teu vestido? Que lata un-chique a tua!
- Acaso preferes que conte ao teu marido o que se passou agora? - Brinquei, claro! Nunca o faria. Deu-me gozo dizê-lo, enfim, tentei humorizar o facto de o veterinário não a largar.
- Olha, uma chique não diz palavrões nunca, como sabes, mas agora diria um. - Ela não achou piada nenhuma. Despiu-se, entregou o vestido à Fafá e foi embora, com um "Boa Noite". Peguei no vestido, olhei-o, dei-o à Si e fui ter com a Fifi. Tinha medo de a ter magoado sem querer.
-Fifi! Espera! - gritei, ao vê-la sair do portão da casa.
-Deixa-me em paz. Estou despida, tens o vestido. Agora larga-me.
-Mas Fi, eu tenho uma surpresa para ti...!
Ela parou. Girou os calcanhares e voltou-se para mim.
-Acompanhas-me? - perguntei, sorrindo.
-Estou despida. Achas que tenho outro remédio? - retorquiu o sorriso.
E dirigimo-nos para o meu carro, em silêncio, de onde eu retirei um lindo vestido que lhe comprei, ou melhor, o embrulho.
-Quando vi isto lembrei-me de ti e não resisti a comprar-to. Espero que gostes.
Ela fez a sua engraçada expressão involuntária de surpresa, e pegou no embrulho. Poisou-o sobre o meu carro e desfez o laço. Quando abriu os seus olhos brilharam, pegou no vestido, encostou-o a si e dançou.
-É lindo!!! Deve ser o vestido mais bonito que já vi na minha vida!
-Não exageres, Fi. Mas amei teres amado. - disse, sorrindo. - Veste-o!
Ela apressou-se a vesti-lo e a olhá-lo. Estava radiante!
-Ai Bá. Abraça-me!
E abraçámo-nos. Durante o abraço apercebi-me de quanto ela e a Fá são importantes para mim!
-Enfim, podes ser uma insegura e mariquinhas de primeira, mas eu amo-te! - disse, rindo-me!
-Ai que estúpida! - largou-me. - Mariquinhas? Vamos ver quem é a mariquinhas! - retirou o batôn da sua mala, abriu-o e correu atrás de mim, para me pintar. Apressei-me a tirar os sapatos e a correr, pela estrada fora.
-Não me apanhas! - gritei, rindo a bom rir.
-Ai não? Já vais ver! - e acelerou.
Corremos durante uns minutos, até que ela me apanhou. Não é que ela corre bem?
-Ahahaha! Apanhei-te!!
-Aiii, estava a brincar!!
-Sei. - e abraçou-me. - Eu também te amo, sua lenta chique.
-Lenta? - e rimo-nos as duas. - Sabes, tu e a Fá são mesmo importantes para mim. Os anos vão passando e os nossos laços vão-se tornando cada vez mais fortes. Podemos não ter sangue comum, mas vocês são as melhores irmãs de todo o chique mundo.
-Não me faças chorar, levas já! - rimo-nos. - É... sabes, acho que a nossa amizade já resistiu a muito. A conflitos, zangas, mudanças, distância, cíumes, amores, desamores, maluquices, un-chiquesas...! Tantas coisas que lhes perdi a conta. Nunca nos separaremos!
-Nunca.
Ficámos em silêncio, até que, como se tivesse sido combinado, nos levantámos e voltamos para a festa.
Acho que tínhamos perdido muito. Segundo ouvi da Fafá, a Sílvia e a Lola já tinham cantado, já tinham saído, e pelo meio ainda tinham havido quedas, brigas e etc. Logo, na quarentona festa pijama (sim, nunca perdemos este hábito) saberia de tudo, agora era hora de me dedicar ao meu plano. Recebi um telefonema passado minutos.
-Estou sim? - perguntei, curiosa, visto que desconhecia o número.
-Estou sim. E mesmo ao seu lado. Venha ter comigo ao portão para falarmos d...do tal assunto.
-Ah... - pus uma voz sexy. - É você. Estou a ver que não se esqueceu de mim, hein?
-Como poderia ser? - tentou ser sexy, mas coitado...
-Nem cinco minutos demorarei. - desliguei, contei à Fi e à Fá e fui.

Depois de uma demorada conversa com o empregado, descobri que a Lu queria drogar-nos com um líquido qualquer que nos deixava alegres, sensíveis e amigas de todos. Estão a ver o género, não estão? Bem, se era isso que ela queria... era isso que ela não iria ter. Ou melhor... até ia.
Depois de falar com a Fafá, que iria entrar também no plano mas estava escondida no WC, para a Lu não saber que ela ali estava, combinei tudo com a Fi e com o empregado. Fomos então para as mesas, esperar pelo desejado discurso da Lu.
Passado alguns minutos, o mau gosto voltou a invadir o palco... a Lu subiu.
-Mais uma vez boa noite! - e foi aplaudida. Olhem asserio, há gente que aplaude por tudo e por nada! O objectivo dos aplausos não é concordar ou gostar de algo que foi dito ou feito? O que disse a mulher de mais? Enfim, gente un-chique é outra coisa. -Acho que é agora que vou fazer o meu discurso. Mas, antes disso, que entrem as bebidas!
E lá vieram os empregados com os cálices que foram, há bocado, adiados. Pisquei o olho ao empregado e ele e a Lu trocaram piscadelas de olhos também, dos quais maléficamente me ri com a Fifi.
Pegámos nos copos, brindámos, brindámos à Lu (com um falso sorriso) e bebemos.
-Bem, à vossa! - e bebeu também, a sem gosto.
Passado uns escassos minutos, eu e a Fi começámos o teatro. Começamos a sorrir para ela, a rir, a sermos... demasiado simpáticas. Mas o melhor estava para vir.
-Bom, agora que já brindámos e nos saudámos, passaremos então ao que tenho a dizer. Em primeiro lugar, quero agradecer a quem organizou toda esta festa. Como tanto eu como vós podemos ver, isto está magnífico. Obrigado. Em segundo lugar quero agradecer-vos a vós por terem vindo. Sem a vossa presença a festa não teria sentido não é? -riu-se, sozinha. -Mas tenho um agradecimento especial a fazer. Há duas pessoas neste salão que gosto muito e que, apesar das recentes intrigas, compareceram aqui hoje. Elas são Bárbara e Filipa! - houve aplausos e tudo!
Interrompendo os aplausos, levantei-me e dirigi-me para o palco, sorridente. Roubei-lhe o microfone e falei:
-Desculpem interromper este magnífico discurso da minha grande amiga Luísa mas, tenho uma homenagem a fazer. Sabem, esta mulher é muito mais do que imaginam. A Lu é para mim uma enorme amiga, conselheira, simpática, inteligente, honesta, é fantástica. Apoia-me sempre, ajuda-me sempre, ouve-me sempre. Acho que a minha amiga Fifi é da mesma opinião...
Entretanto a Fifi tinha saltado para o palco também.
-Claro que sou! - partilhavámos o microfone. - A Lu é não só nossa amiga como de todos os que a rodeiam. Tenta sempre pôr as pessoas a sorrir e esforça-se por ser útil. Não há palavras para a descrever.
-Pois é... e por isso pedimos-lhe desculpa por algum dia ter duvidado da nossa amizade! A Fafá nunca teve razão... - Aaah, eu podia ter sido uma grande actriz! Digo-vos.
De repente, como o combinado, a Fafá entra deslumbrante na sala e de pé, junto às mesas, com um microfone (não estava no plano, mas amei ela o ter arranjado!) disse:
-Surpreendida? - Amo os sorrisos irónicos da Fá!
-Fátima?!? - a Lu ficou em choque!
-Fafá, em pessoa. E não sou a única. Sabes, eu também tenho uma homenagem a fazer-te, mas não a expressarei por palavras. Convosco...
-Huh?
-...a Polícia!
E entraram dois polícias.
-Está presa por consumo e tráfico de drogas. E por tentativa de consumo de drogas involuntário por outrém.
-AAAAAAH!!! - gritou a Lu, escandalizada.
-Espero que gostes. Espero que na prisão aprendas a ser tudo o que disse que eras, falsamente. Boa sorte! - disse, vitoriosamente.
-E espero que aprendas a vestir-te melhor lá, hihihi. - acrescentou a Fi.
-E já agora, para quando lá estiveres, toma este CD. É uma gravação das ordens criminosas que deste aos teus empregados! Parece que não somos só nós a fazer-te surpresas, hein? - Amei a Fafá ter arranjado aquilo!!
Digo-vos, se não estivesse lá estado pagaria para estar... ver a Lu a ser presa é um espectáculo digno de se ver!
-Vocês vão pagar, suas cabras nojentas!!! - berrava ela, ao ser algemada.
-Não desças mais o teu nível. Olha as pessoas! - respondi, rindo-me.
E assim acabou a festa. Subi ao palco, com a Fi e a Fá e explicámos o que se passou. As pessoas imediatamente nos compreenderam e aplaudiram.
No fim, despedimo-nos das pessoas, como que donas da casa fôssemos, e fomos para minha casa, onde haveria noite de cusquice, risos, conversas, histórias, PlayStation (sim, iniciámo-nos nesta coisa), Ice Tea (outro vício que não perdemos) e montes de chocolates.

Foi gratificante!

domingo, 16 de dezembro de 2007

Emocionada, .Chiquemente

Sim, un-queridos mas Darlings, é assim que eu, Fifi, me encontro, em plena madrugada! E qual o motivo de tal emoção assombrar a minha alma, de tal alegria me importunar o meu sono, passadas já as 5 horas da manhã - já ouço as galinhas! -, é essa a vossa pergunta. Mas eu conto: com .Chiquesa, como sempre, pensava na minha amizade com Fafa e Bá, no novo e promissor romance de Bá, cujos detalhes ocultar-vos-ei e também na nova relação amorosa de Fafa - ou direi, a primeira relação amorosa a sério? - que se desenrola graças aos novos meios de comunicação. Traduzindo para os mais un-.Cultos, a Fafa encontrou o amor através da Internet! Parabéns, querida! Relia, também, um post feito por mim aquando da minha zanga .Rude com a Bá, de nome "Amizade por um fio .Chique", e encantava-me com a força da nossa amizade que continua inabalável, mesmo depois de inúmeras desavenças daquele género. Devo também refererir que a festa para que fomos convidadadas, da parte de Lu, foi muito interessante e estou certa de que alguma de nós fará uma postagem para que não percam .Pitada .Chique! Agora despeço-me, vou dialogar para o MSN com o homem por quem a Fafa se perde de encantos, de nome Peres. Quarentão, culto e divertido, tenho a certeza que gostariam de o conhecer!!! Beijos da vossa Fifi!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Que .Chique/Un.Chique coisa quer ela?

Oi chiques leitores, é a vossa escritora predicleta, Bázita! Não, risquem isso, é a Fifi. Riso!

Pois bem, várias coisas aconteceram desde os meus anteriores relatos. Devo, contudo, contar-vos a mais importante, que se sucedeu há dias, quando eu voltava da padaria. A manhã estava fria e, por isso, eu envergava um luxuoso casaco branco e cachecol .Chique, enquanto troteava pelo passeio rude. De repente, um carro começa a parar ao meu lado e ouço uma buzinadela. Olho para o lado e quem vejo? Lu.

- Quer boleia, Fifi? - perguntou ela, rindo-se ironicamente.
- Nem morta. - retorqui, apenas para ser banhada pela água jorrada pelos pneus do carro dela, ao passarem sobre uma poça, segundos depois.
- Cuide-se! - gritou, sorrindo.

Perturbada, revoltada, irritada, .Un-chique, foi assim que me encontrava quando regressei a casa. Pousei .Chiquemente o casaco no cesto da roupa suja, pensando numa forma de me vingar. Contudo, nesse momento, o telefone tocou. Quem ousava ligar-me, perguntam-se vocês. Pois, o veterinário. Despachei-o com gentileza, escapando a mais um convite para um jantar. Desci, então, as escadas até à sala e pensei que engendraria melhor uma vingança caso descansasse um pouco. E assim o fiz, deitando-me no tapete do chão (o meu cão ocupava o sofá, perdoem-me!).
A campainha, duas horas depois, acordou-me. "Quem é", rosnei, indo até à porta. Abri-a e quem vejo? Lu.
- Podemos conversar? - perguntou, com um saco na mão. Dizia "Prada", de modo que me vi impossibilitada de não a deixar entrar.
Sentámo-nos, pois, na sala. Frente a frente, cão contra gato, .Chique vs .Un-Chique.
- O que a traz aqui, Lu?
- Fifi, há algo que preciso de conversar consigo. Fui rude ao estragar-lhe o vestido, hoje de manhã. Aceite este novo como recompensa. Penso que começámos com o pé errado, cara amiga.
"Cara amiga?", quem era ela para se dirigir a mim naqueles tons? Aceitei o casaco, claro, não me tomem por burra, mas logo tratei de a despachar.
- Está a pôr-me na rua?
- Que acha?! - perguntei, e bati com a porta.

Nessa noite, a Fafa e a Bá vieram até minha casa para sessão de filmes. Desta vez, foi a vez da Bá trazer um filme. Escolheu o "The Hours". Víamo-lo nós quando a Fafa se lembra e diz "Olhem, ouviram falar da festa que a Susana está a organizar?" "Conta!", dissemos nós. Vocês não sabem, mas aqui em Cascais quem quer uma festa bem organizada, desde casamentos a baptizados, bem como aniversários ou velórios - estranho, sei!-, fala com a Susana Carvalho. Cinquentona, tem toda a liberdade que uma mulher solteira pode ter, pelo que as festas organizadas por si são sempre boas. Desta vez, contudo, quem a requisitara para organizar uma festa fora nada mais nada menos que... Luísa Carreira. E, por isso, dado os eventos que vos acabo de relatar, foi com alguma naturalidade que, na manhã seguinte, encontrei um convite na carta de correio. "Venha bem vestida, querida, e divirta-se", dizia ela. Liguei logo à Bá.
- Recebeste convite, também?
- Sim, recebi!
- Ok .Chique, ligo-te já.
- Muah .Chique para ti!
Desliguei e marquei o número da Fafa.
- Estô? - disse ela.
- Fá! Olha, a tua irmã mandou-nos convites para a festa dela, a mim e à Bá!
- O quê?
- A ti não?
- Não...
- Já viste a caixa de correio?
- Estou meia ocupada agora... Depois vejo e ligo-te!
- Ok!
Desliguei. Horas depois, eu e elas fomos à padaria de nome "Doces e Doçuras", local indispensável para todos os chiques, como sabem, onde as três falávamos do convite. A Fafa, contudo, não recebera nada.
- Que quer aquela nojenta convosco?! - gritou, bebendo .Vodka.
- Não sei... mesmo. - respondi.
- Só há uma forma de descobrir. - respondeu a Bá, engasgando-se com o bolo. - Irmos à festa.

Pois, chiques, a festa será hoje. Estou neste momento a preparar-me! Aguardem novos desenvolvimentos, connosco! Beijos

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Cooperação .Chique

Olá .Chique para todos os leitores. Eu, Fifi, tenho muitas novidades para partilhar convosco, leitores fiéis e que sempre nos visitam em busca de novas postagens. Neste post, vão rir, vão divertir-se, e vão sofrer connosco. Preparem-se, pois foi preciso uma cooperação entre as três amigas mais .Chiques (eu, Fafa e Bá, para quem não vive neste planeta) para que vários segredos descobertos (a Sílvia também ajudou, como vão ver).

Quinta-feira, estávamos as três no nosso habitual chá das cinco a conversar sobre os .Chiques e os Un-.Chiques de Cascais, quando a Fafa se vira para nós, bebendo um copo de vinho do Porto:
- Acho que o meu marido me anda a trair.
- Como se isso te importasse muito...! - disse eu, rindo-me.
- Realmente - concordou a Bá. - Mas o que te leva a pensar isso?
- Meninas, é assim. EU posso trair. Eu. Agora se eu sei que o meretriz do meu marido me trai, a coisa é outra. E estas suspeitas já me andam a chatear há umas semanas. Chega atrasado do trabalho, bêbado. Isto quando vem dormir a casa, porque às vezes nem vem.
- Credo! - disse eu.
- Pois. Preciso da vossa ajuda.
- Conta! - disse a Bá, e a Fafa começou a relatar-nos o plano dela, que consistia no seguinte: irmos, na noite de Sexta-feira, com ela para espiarmos o seu marido e sabermos o que realmente se estava a passar. Só que havia um problema:

- Mas o meu marido chega amanhã de Moçambique e eu queria preparar-lhe uma surpresa. - disse a Bá. - Ele foi fazer uma missão para lá, ou não se lembram...?

Começámos as três a pensar no assunto. Além disso, havia outra coisa: o Veterinário continuava a telefonar-me, querendo marcar um encontro. Eu, claro, tentava adiar, mas ele insistira e acabámos por marcar um jantar para Sexta-feira. Eu estava, como imaginam, aterrada pois a ideia de trair o meu marido, o Viti, assusta-me imenso. Precisava também da ajuda delas, mas pareciam tão ocupadas e a precisar da minha ajuda, que eu não sabia como pedir. É então que, depois de quase uma hora a discutirmos, a Fafa se lembra:

- Parem. Fazemos assim, ouçam: Tu, Bá, pedes à cadela da Sílvia para ir preparando o ambiente, fazer um jantar, tu sabes. Ela está aqui a dormir, também não lhe custa nada. E tu, Fifi, não precisas de desmarcar o jantar. Eu vou na tua vez, no fim da noite ele vai estar tão interessado em mim que já não te chateia mais.
- Credo...
- E como é que isso ia ser? O António chega à meia-noite... - disse a Bá. - Tenho que estar aqui antes!
- Dah. O meu marido sai do trabalho às 9:30 da noite. O jantar da Fifi é às 8. Vocês ficam na tua casa, Bá, a fazer os preparativos para a chegada do António e, lá para as 9 e pouco vão buscar-me ao restaurante e vamos as três para a empresa. Depois de vermos o que o meu marido anda a fazer, acho que ainda te conseguimos deixar em casa antes da meia-noite, Bá. - Disse a Fafa.
- Fashion! - alinhámos as duas.

No dia seguinte, eu estava nervosa. O Viti saíra de manhã cedo de casa, ainda zangado comigo pela cena doutro dia. Acordei, contudo, e levantei-me .Chiquemente com energia. Sabia que ia ser um dia longo, tinha de me preparar. E que melhor forma do que levar o meu cão a passear? Pois, enganam-se, há outra: tomar um duche quente. E assim entrei na banheira cheia de espuma, falando com a Bá pelo telefone:

- Sim, Fi, mas a que horas vens?!
- Não te preocupes. Devo estar aí lá para as seis.
- Isso é muito tarde...!
- Okay, cinco e quarenta e cinco.
- Combinado.

Quando cheguei lá, a tarde estava já a acabar. Estávamos as três na cozinha, eu e a Bá a preparar um perú e a Fafa a comer cereais com sumo de laranja natural, quando vemos a Sílvia irromper pela porta das traseiras.

- Kunichiwa!
- Oi cadela.
- Sílvia, anda aqui. - disse a Bá, e ela veio. - Preciso que me vigies este perú, está bem? Vou pô-lo no forno e preciso que alguém fique aqui a ver enquanto que nós vamos sair.
- Eu? - berrou ela. - Mas eu tenho um encontro, hoje, com o Rui!!
- Rui? Quem é o Rui? - perguntei eu, curiosa como sempre.
- Adias, ou levas nessa melancia asiática a que chamas cabeça. - disse a Fafa, e ela não teve outra alternativa se não ficar ali (pensávamos nós).

Meia-hora mais tarde, estávamos as três no shopping a fazer compras. Aliás, a Fafa estava a fazer compras, nós apenas dávamos sugestões, como sempre acontecia: todas as semanas, ela tinha um encontro, e lá íamos nós ajudá-la em relação ao que vestir.

- Ai, vocês são tão certinhas! Isto é tão anos 50. - disse ela. - Vou levar aquele. - continuou, apontando para um vestido preto brilhante.
- Que horror... - disse a Bá.
- Que foi? - perguntou ela, vestindo-se em frente da loja toda.
- Olha, Fá, pareces uma prostituta.
- Concordo, Fi! - disse a Bá.
- Okay, então ajudem-me. - disse ela, e lá ficámos até às 7.45 a escolher um vestido.

À última da hora, lá saímos do shopping. A Fafa estava já vestida para ir de encontro ao veterinário.

- Acelerem, antes que a minha .Chiquesa de maquilhagem borrate! - gritou, e fomos até ao restaurante "Flores Brancas, Gravata Azul", onde o Veterinário me esperava, supostamente.

- Vão ver o perú, eu trato do assunto. Aquele Veterinário vai sair daquele restaurante a aprender umas lições de anatomia! - disse a Fafa, saindo do carro, e nós rimo-nos.
- Já sabes o combinado: eu adoeci, não pude vir. E tu decidiste vir em meu lugar, por educação. - lembrei eu.
- Fi, traio o meu marido há quase duas décadas, achas que preciso que me lembres disso?

Eu e a Bá voltámos então para a casa dela, onde íamos ficar a fazer mais algumas coisas até irmos buscar a Fafa ao restaurante. Quando chegámos lá, contudo, vimos, pela janela, os móveis da cozinha a serem consumidos por chamas.

- Cruzes .Chiques!! - gritámos, e corremos para lá o mais rápido possível.

Lá dentro encontramos a Sílvia a tentar apagar as chamas com um balde, arremessando àgua para cima dos móveis. Contudo, o fogo estava descontrolado. Lembro-me até de sentir uma chama roçar-me o cabelo .Chique.

- Ajudem-me! Kuni! - berrou ela, e a Bá correu até ao quintal para ir buscar a mangueira. Eu segui-a, claro.

Segui as instruções da Bá e esperei junto da manivela até que ela entrasse na cozinha, cada vez mais quente.

- Agora, Fi! - gritou ela, e eu puxei a manivela rapidamente. A mangueira, de imediato, lançou um jarro de água por toda a divisão e, por pouco, a Bá não conseguiu controlá-la. Cinco minutos depois, o fogo estava extinto.

- Desculpem... - chorava a Sílvia.
- Viste o que fizeste? Custava muito tomares conta de um simples perú?? Agora vou ter uma despesa enorme!!
- Calma, Bá! - disse eu.
- CALMA? Olha, eu nem quero imaginar quando o António vir isto!
- Ele não tem de saber. - disse eu, e sorri, já com uma ideia em mente.

Eram nove horas e estavam já lá dois carpinteiros que eu un-.Chiquemente conheço, tratando do assunto. Prometiam ter o material necessário para remodelar aquela cozinha até à meia-noite, hora da chegada do António. E, melhor: era grátis, pois eles deviam-me um favor (longa história, talvez quem sabe para outra postagem?). Mais descansadas, deixamos uma Sílvia agarrada ao frasco onde estava o seu gato morto a vigiar os dois homens e fomos buscar a Fafa ao restaurante.
Estacionámos lá em frente e conseguimos vê-la a sorrir para o Veterinário, que sorria também. Tentámos fazer sinais gestuais, mas ela não nos via. Peguei no meu telemóvel e liguei-lhe.

- Já estamos à tua espera! - berrei.
- Ah, olá! Já me esquecia, quase. Calma, galdérias, já estou a ir. - desligou-me ela, e vimo-la despedir-se do Veterinário com um beijo no canto da boca.

- Como correu? - perguntei, e ela contou-nos todos os pormenores enquanto a Bá conduzia em direcção à empresa do marido da Fafa.

Ao que parece, o Veterinário não se importou muito com o facto de eu não ter ido. E ele e a Fafa deram-se muito bem, pelo que ela contou. Riram-se, e tinham muitas coisas em comum. Mas isto dizia ela sempre, e os casos não duravam mais que um mês. A ver vamos. Chegámos à empresa e estacionámos perto do carro dele, à espera.
Uma hora depois, cansadas de esperar, saímos do carro em direcção à portaria.

- Que vamos fazer, Fá? - perguntei eu, caminhando abraçada à Bá, ainda cheia de frio.
- Deixem comigo.

A Fafa avançou em frente e, depois de se exibir em frente ao porteiro, conseguiu as chaves dele.

- Liga-me, gato. - Disse ela, e chamou-nos para irmos com ela.

Avançámos pelos corredores do edifício e subimos vários lances de escadas até chegarmos ao piso onde o gabinete do marido dela, José, trabalhava. Uma vez lá, em frente à porta, parámos, ouvindo vozes do interior.

- Ela é uma porca. Ainda noutro dia eu a vi no café com o jardineiro, eles os dois a namorarem. Claro que tirei fotografias, ora vê. Nem sei como te meteste com uma mulher destas... sorte é que me tens a mim, amor. Ela nem perde pela demora... - ouvíamos uma voz feminina, que me parecia familiar.
- Lu?!!! - berrou a Fafa, nesse momento, pontapeando a porta.

Lembro-me de, ao ouvir aquilo, trocar olhares chocados com a Bá. Depois, olhei em frente, e vi juntamente com elas Lu, irmã da Fafa, sentada sobre a mesa, beijando José. Ao notarem a nossa presença, os dois ficaram sem reacção, fitando uma Fafa a emanar raiva por todos os lados.

- Sua... - disse ela, e atirou-se à irmã instantaneamente. As duas começaram a rebolar no chão, enquanto que Fafa lhe puxava os cabelos e a outra se tentava libertar. - Como me pudeste fazer isto?? À tua própria irmã?! - disse a Fafa, rasgando, selvagem, o seu vestido. - Como pudeste?!

Nesse instante, contudo, José levantou-se para ajudar Lu. Agarrou na Fafa e tentou afastá-la da irmã. Não, nós não íamos permitir isto. A Fá precisava de nós.

- Vai por esse lado. - sussurrei para Bá, e as duas fomos em direcção ao marido, para o atacar. Acabámos por cair em cima dele, em cima do seu corpo semi-obeso, e usámos toda a nossa força .Chique para o manter ali no chão, enquanto que a Fafa tomava conta da irmã. É então que os guardas da empresa chegam e, sendo eles meia-dúzia, nos separam e fazem queixa de nós à polícia. Duas horas depois, estávamos as três na prisão, numa cela imunda cheia de ratazanas.

- Socorro .Chique... - murmurei eu, vendo um recluso a cuspir na parede.
- Meu Deus, que fomos fazer? - disse a Bá.
- Desculpem, amigas.

Então, nesse momento, vemos António, acompanhado por um guarda, aproximar-se da cela.

- Este senhor pagou-vos a fiança. Podem ir.

Nós não podíamos ter ficado mais felizes. Saltámos para cima de António e agradecemos-lhe o seu gesto. Fomos, então, para casa da Bá, onde íamos passar o resto da noite. Felizes, fomos a ouvir rádio e a cantarolar, relatando todos os detalhes a António. Quando chegámos à casa de Bá, contudo, chocámo-nos ao ver Sílvia enrolada com um desconhecido no sofá.

- Que é isto?!! - berrou a Bá, e os dois caíram ao chão, assustados.
- Este... este é o Rui. - respondeu a Sílvia, levantando-se.

Sentámo-nos nos sofás e ficámos todos a falar o resto da noite. Não havia necessidade para discussões, naquele momento. Contudo, o futuro preocupa-me...

Beijos .Chiques!!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Sem saber o que fazer, .Chiquemente!!

Olá, chiques leitores! Pois é, leram bem, estou num .Dilema. Conto-vos tudo, claro, como poderia nao o fazer?

Bem, como devem saber, eu ontem ia jantar com o meu marido, o Viti, apesar de ter recebido uma proposta para sair, com o veterinário do ConiPiçi. Claro que não ia sair com ele, qual mulher casada e respeitável que sou. O meu marido esperava-me, .Chique e sensual como sempre foi. Apesar de já ter 50, ninguém lhe daria mais de 48. E lá fui eu, depois de umas horas na casa de banho, para o restaurante mais .Chique de Cascais, de nome "Flores Brancas, Gravata Azul".

Cheguei lá e esgueirei-me pela multidão até a uma mesa perto da janela, como sempre faço, para poder observar a paisagem. Sentei-me e comecei a esperar, ainda faltavam uns minutos para a hora confirmada. E esperei. Esperei, esperei. Pedi vinho. Bebi, e esperei. Até que, uma hora depois, olhei em volta. O restaurante, animado, e eu ali. Sozinha. Liguei ao Viti mas não me atendeu. Tinha o telemóvel desligado, na verdade. Então, pedi a conta e, mal saí do restaurante, marquei o número do veterinário.

- A sua proposta ainda está de pé? - disse, nervosa.
- Claro que sim, Filipa. - respondeu-me ele. Como sabia o meu nome? Indignada, combinei um ponto de encontro, a fonte no centro de Cascais.

Cheguei lá e esperei um pouco, sentada. Estava frio. Até que vejo um carro preto, um Opel que emanava sensualidade. O vidro começou a baixar-se, lentamente, e é aí que vejo um homem muitíssimo atraente a sorrir-me. Corei, mas tentei esconder o nervosismo.

- Boa-noite. - disse-me ele, observando-me a sorrir. Nessa altura, dei graças a Deus por ter passado tanto tempo a arranjar-me.
- Boa-noite. - avancei, confiante, e entrei no carro. Contudo, ao sentar-me, o vestido ficou preso na porta. Sorri e tentei desprender-me, sem sucesso! Meu Deus, estava mais vermelha que uma vagina. Olhei para o lado, mas ele já havia saído para me ajudar. Ele abriu a porta com os braços musculados (mas não muito, ew .Chique) e eu agradeci.
- Vamos? - disse-me ele, e acelerou.

Levou-me para casa dele. Sim, dá para acreditar? Casa dele. E eu, Fifi, ao ver que não íamos para um local público, berrei, antes de sair do carro.
- Mas que é isto? A minha chiquesa não vai sair daqui!
- Hum... tenho chocolate e cd's do Rod Stewart em casa, à nossa espera.

Com aquelas palavras, convenceu-me. Eu amo Rod Stewart, enfim, todos sabem disso. Saí do carro e acompanhei-o ao seu apartamento. Lá, sentei-me no sofá, ainda meia envergonhada.

- Então, posso fazer uma pergunta?
- Pode. - respondi, pegando no copo de vinho que ele me trazia.
- Porque decidiu aceitar o meu convite?
- E porque lhe espanta que tenha aceite? Preferia que não o tivesse feito?
- Não... é só que...
- Então ponha-me mas é música enquanto eu vou à casa-de-banho, estou aflita. - menti. A verdade é que toda aquela aproximação me deixava .Un-chiquemente nervosa. Ali estava eu, na casa de um desconhecido. Tinha de ligar a Viti.

Na casa-de-banho, incrivelmente bem limpa e perfumada, peguei no telemóvel .Chique e vi que tinha não uma, mas várias chamadas de Viti. Liguei-lhe, claro.

- Muito obrigado, Filipa, por me deixares pendurado.
- Desculpa? Tu é que me deixaste pendurada, eu nunca faria uma coisa .Un-chique dessas!
- Olha, podes vir cá abaixo? Eu segui-vos... - disse ele, e o meu coração quase rebentava.
- QUÊ?! - berrei, olhando pela janela.

E não é que ele estava mesmo lá? Envergonhada, fugi para a sala. Não fui ter com Viti na hora seguinte, com medo.

- Pode ficar aqui, se quiser. - disse-me o veterinário.

Tentador, não? Pois... mas não fiquei. Lá acabei por descer, para os braços do meu marido. Viti, contudo, não me falou mais durante a noite toda. Hoje de manhã, fazia eu torradas, quando ele vem discutir.

- Que querias tu?! Fiquei uma hora à tua espera! E que ideia foi essa de me seguires?! Nunca te fui infiel. Nunca, nunca. Tu? Tu, já. Eu perdoei-te, não perdoei? E agora tu andas-me a seguir?! Cada vez me desiludes mais! - disse, e fugi para o exterior de casa. Dei-me por contente por já estar vestida com o fato-de-treino rosa-choque/.Chique.
- Filipa, espera! - berrava ele, perseguindo-me pelo quintal.
- Deixa-me, Viti! - disse eu, e fugi para casa da Fafa.

Lá, qual drama queen que fui (odeio quando sou fraca), a Fafa e Bázita consolaram-me. Estivemos, as três, a comer chocolates, pipocas, enfim, coisas que só nos fazem mal e a ver comédias românticas. A falar mal dos homens. No final da tarde, saí de lá mais feliz, nada como uma tarde passada com elas!! Enfim... o Viti ainda não voltou. A Fa pediu-me o número do veterinário mas eu não lhe dei, contudo, não sei por que motivo, mas disse-lhe que não o apontei.
- Estás interessada nele, sua...! - disse ela.
- Não estou...!
- Deixa lá, Fi. Não tem mal estares. - disse a Bá. - Afinal de contas, o Viti não tem sido um bom marido para ti.

Quanto ao Viti, ainda não voltou do trabalho. Estou aqui com o meu cão, estou a falar com ele. Sim, riam-se! Enfim... vou dormir, ou tentar. Até amanhã, com chiquesa.