sábado, 17 de novembro de 2007

Uma Adolescente Asiaticamente .Un-Chique

Eu, Fifi, nem sei como a Bá se esqueceu de referir pessoa mais insólita que acabou de chegar (inesperadamente) às nossas vidas, no seu post de hoje. O seu nome é Sílvia Monteiro e revelou-se, de facto, uma criatura, além de .Un-chique, muitíssimo adolescente e problemática.
Provavelmente, já a conhecem devido ao seu blog. A sua mentalidade, do ponto de vista .Chique que sempre adopto, é rude e imprevisível. A sua maquilhagem? Irritantemente colorida. Pois bem, deixem-me começar pelo início.

1- A Chegada

A Bá havia-nos contado, há dias, a mais recente loucura do seu filho: querer ir estudar para a peçonhenta cidade do Porto (que romances adolescentes eu vivi lá, devo mencionar). E não é que ele levou a ideia avante? Sim, chiques leitores, levou. E, para isso, trocou de casas com uma desconhecida, desesperado por não ter dinheiro para pagar a renda (rejeitou o dinheiro da mãe, coisa que fez a Bá chorar durante uma noite inteira, em minha casa). Essa desconhecida, como soubemos ontem, era afinal a asiática Sílvia, que chegou aqui carregada de malas previamente compradas na feira, num comboio empestado de gente suada (lá não me apanhavam, nem .Morta, como imaginam). A pedido da Bá, eu e Fafa fomos lá recebê-la, sujeitando as nossas roupas engomadas pelas nossas empregadas ao pó e ao lixo existentes na central de comboios, que mais parecia ser situada na lixeira de Cascais.

Estávamos nós as três, sentadas de perna cruzada, num dos bancos, com os óculos-de-sol .Chiquemente postos, apesar de já ser noite, quando o comboio chega e, imediatamente, uma cambada de gente (ou, direi, animais?) sai do meio de transporte, atropelando-se. É então que ouvimos um berro: "Kunichiwa??! ConiPiçi????????????!!"
Olhámos, assustadas, para o lado e vimos uma asiática a olhar para o chão, onde um gato malhado jazia, esmagado por uma das suas malas. Ela apressou-se a ajudá-lo, contudo, ao fazê-lo, deixou cair o resto das malas, uma delas caindo em cima do animal. "Ajudem-me!", berrou, e a Bá não se demorou a chamar o 112.

Apesar dos esforços do veterinário (atraente, vintão, sexy), o animal não sobreviveu. Foi na clínica que pudemos apreciar melhor Sílvia, enquanto esperávamos notícias sobre o estado do animal. Ela estava sempre a andar às voltas, a ouvir músicas como "Music is My Hot, Hot Sex" (apenas a identificámos pois a Bá disse que o seu filho ouvia muito), "Stars Are Blind", enfim, lixo adolescente que nós, .Chiques, recusamos ouvir; os seus braços estavam cheios de pulseiras; a sua roupa, além de sugestiva, estava suja, marcada pelo suor. Credo, pensam vocês. Socorro!, berrou Sílvia ao saber que o seu gato tinha falecido. Depois dos choros habituais, levámo-la para casa da Bá, onde as quatro ficámos a noite a conversar.

2- As Confusões

Nessa noite, ninguém dormiu. Excepto, claro, a Fafa, que encontrámos, às 4 e meia da manhã, meia-hora depois de ela dizer que ia buscar vinho ao frigorífico, na cozinha, enroscada com o cão da Bá e a fumar um cigarro.
- Fá?
- Oi Sexy. Bá, o teu cão... Meu Deus .Chiquérrimo!
- Kunichiwa? Swminy? - dizia Sílvia. Não me perguntem o significado de tais palavras, pois desconheço.
- O que fizeste tu ao meu cão?? - berrava Bá, aterrorizada.
- Calma, ó sua pobretanas! Apenas dizia que ele é um bom ouvinte, adorou as minhas confissões sexuais.
- Já bebeste demais. - disse eu, e levei-a para longe do pobre animal, que parecia perturbado.
Minutos depois, a Sílvia decidiu dirigir-se à casa-de-banho, pois estava, e citando-a, "quase a explodir". Estávamos as três a comentar sobre ela quando ouvimos um grito estridente e feminino do andar de cima. Corremos para lá e encontrámos, no corredor, o marido de Bá nu, em frente a Sílvia, aterrorizada.
- António? Que fazes assim, a estas horas? - perguntou a Bá.
- Vinha à casa-de-banho e encontrei esta aqui... Desculpa, amor.
Sílvia, fragilizada por ver pela primeira vez o orgão reprodutor masculino (segundo me contou horas depois), em circunstâncias tão dramáticas, fugiu como uma lebre para o exterior da casa. Corremos atrás dela, gritando palavras que desconhecíamos, supostamente pertencentes ao dicionário da língua japonesa. E eis que a ouvir "Sexwá", ela parou.


3- A Mudança De Casa

Passámos mais algumas horas na casa de Bá, a ajudar Sílvia a instalar-se. Ela lá ficou. Hoje de manhã, quando fui ao quarto dela, encontrei o seu gato num frasco.
- É para nunca me esquecer dele. - disse-nos Sílvia.
Bem, o certo é que esta jovem tem algo de estranho... Espero que a Bá não se arrependa de a receber em casa. Tenho a ligeira e .Chique impressão de que sim, contudo.

Beijos Fifi's!

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